Na morte estúpida a glória dos "valentes"
- 1307kali

- 15 de mai.
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É necessário que se entenda que Arte Marcial, na mais estrita acepção das palavras, não é esporte de combate, nem defesa pessoal, mas Arte de Marte, o deus romano da guerra. Guerra, dizia o velho Clausewitz, "é a continuação da política por outros meios"; mas antes disso é (e sempre foi) matança, morte, destruição, aleijões, mutilações, dor, crueldade e ódio. Nada há de glória, honra, respeito e honestidade em confrontos reias. É só violência e seus resultados desastrosos.
O ambiente da violência física é o pior possível. Nele apenas cabem atitudes sobrepostas, no mais das vezes de algoz e vítima, com papéis bem definidos na tragédia. Quando não, trata-se de combate, onde uma ação de agressão desperta, no pólo oposto, ações defensivas que, se bem encadeadas devem sobrepujar o agressor, destruindo sua continuidade violenta.
Conflitos reais não são para lutadores, esportistas, atletas, campeões das arenas de luta profissional ou amadora. Não há lugar para bravatas e desafios "machônicos". Desavenças verdadeiras não surgem de motivos nobres, mas de posturas egoístas e odiosas, justificadas por razões que não se sustentam, e por paixões, emoções e irracionalidades sem conta. Pretender ser contrário ao uso de armamentos é, de duas uma: declarar-se um "pacifista" convicto e agir como tal com consequências óbvias caso necessite se defender; ou viver altivo, como um bom "valente", desses que "resolvem na mão", mas que acabam tombando ao enfrentar oponentes armados com um galho de árvore que seja.
Para que alguém se torne realmente apto a se defender necessário se faz assumir que a violência é um dos fenômenos mais democráticos que existe, pois pode surgir em qualquer lugar; que ela é exemplo de inclusão social, pois toda pessoa pode praticá-la, independentemente de ser forte ou fraco, mulher ou homem, jovem ou idoso, porque no palco da violência cada qual busca recursos para melhor desempenhar seu sinistro papel.
Com isso que afirmamos: Caso você queira aprender a se defender, esqueça essa bobagem de "desembolar na mão"; expulse de sua vida o medo de machucar quem vem para te machucar (ou pior); aprenda técnicas de defesa e combate armado e desarmado; treine até que esse conhecimento se torne uma parte de você, uma segunda natureza, mais forte, mais confiante, consciente e mais poderosa (e não "empoderada"); viva conforme e cultive as virtudes superiores do respeito, da paz, da bondade... Distribua o bem em todos os momentos, menos naqueles em que sua sobrevivência estiver em jogo.
Mabuhay!


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