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O Footwork está na alma do Kali



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No Kali, arte marcial filipina caracterizada pelo uso de armas desde os estágios iniciais de aprendizado, o footwork (jogo de pernas) desempenha um papel fundamental.

Muito mais do que deslocamento físico, ele é a base estratégica sobre a qual se constroem a defesa, os ataques e os contra-ataques.


Diferentemente de outras artes que priorizam bloqueios ou absorção direta dos golpes, o Kali enfatiza evitar a linha de ataque do oponente. Isso se deve ao fato de que as armas utilizadas — bastões, facas e objetos improvisados — podem causar ferimentos sérios com um único toque.

Assim, um posicionamento inadequado pode custar caro.


O praticante de Kali aprende, desde cedo, a sair da linha de ataque, usando movimentos angulados, diagonais e circulares para escapar de cortes e estocadas. O passo lateral, o avanço em ângulo e o reposicionamento constante não são apenas técnicas defensivas: são maneiras de criar linhas de entrada seguras para seus próprios ataques.


Além disso, um bom footwork permite manter controle da distância, explorar aberturas e reposicionar-se rapidamente quando a situação muda. Isso é especialmente importante em combates com múltiplos oponentes ou em ambientes restritos, onde a leitura do espaço e a mobilidade são decisivas.


Em resumo, no Kali, o corpo aprende a se mover com eficiência, propósito e precisão. A movimentação correta é aquilo que permite ao praticante atingir sem ser atingido e transformar o combate em um jogo de antecipação e vantagem. Sem um footwork bem treinado, o praticante fica limitado, o que pode ser fatal — com ele, o Kali se revela em todo seu dinamismo e inteligência estratégica.


Mabuhay!

 
 
 

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