quarta-feira, 3 de junho de 2020

Kali e condicionamento físico

Este texto, com poucos ajustes na forma, se trata de uma postagem do autor no grupo WhatsApp do Kali 1307. Em resposta a um dos membros, o amigo Aluísio, que além de ser um dos veteranos no ensino e difusão do Kali em nosso Estado é profissional de Educação Física de alto nível, com sólida formação e especialização em Crossfit.



Kali e condicionamento físico – Breves Notas

Guro Aluísio Cruz – Sagarana Kali


Em anos de treino de Kali e outras artes marciais, percebi que o condicionamento físico é essencial para a nossa arte marcial, falo como um todo!

Já assistiram vídeos do Grand Tuhon Leo Gage ou do Guro Dan Inosanto? Pois bem, os dois gozam de plena forma física com mais de 80 anos de idade e são funcionalmente bem condicionados, rápidos e extremamente fortes. Tudo isso porque, além de treinarem a parte técnica fazem muito bem o dever de casa, ou seja, o treino solo, sem duplas ou sem estar em meio à tribo ou grupo. Não estou dizendo para fazer atividade física, ou exercícios, sem orientação ou prescrição de um profissional, mas sim para trabalharmos nossos próprios padrões de movimento, que que nosso organismo já está habituado a fazer.

Como o Crafty Dog Marc Denny uma vez me disse pessoalmente, e o Tuhon Jared Wihongi reforçou outrora, nosso treinamento deve ter os 3F’s, Fun, Functional and Fitness. Descontraído ou divertido, tem que funcionar bem, e deve prover condicionamento, pelo menos o mínimo.

Em aulas de 60 minutos é pouco provável que você consiga desenvolver as partes técnica e física juntos, eficientemente, pois o cansaço atrapalha o aprendizado técnico, e o técnico demanda de tempo para se desenvolver. Em treinos de 90 minutos a parte física já pode ajudar em alguma forma.

Atividades extras Kali, indico fortemente a natação, musculação e depois o crossfit. Se você tiver um box de confiança, vá direto para o crossfit, pois ele completa em grau número e gênero todas as capacidades necessárias para um eficiente condicionamento físico.



Agora, se você quer melhorar o condicionamento físico no Kali, aí temos várias formas seguras de se praticar até mesmo em casa.

Protocolos que utilizo em meus treinos e treinos de meus alunos de personal fight:

*Treine combate em sobra (sem sparring) de 2 à 3 vezes por semana 
*Treine carenza no mínimo 3 vezes por semana (escolha solo baston, doble baston, malayo sibat e daga)
*Aprenda a respirar direito
*Abaixe o consumo de açúcar
*Mantenha-se sempre hidratado.
*Melhore a qualidade do seu sono.

Lembre-se de uma das filosofias do Pekiti Tirsia Kali: “Acreditamos na saúde e não na doença.” E para sermos eficientes devemos melhorar e desenvolver sempre as cinco principais capacidades do Pekiti: speed, power, timing, precision and accuracy.



Se quiserem posso postar pequenos protocolos que uso para melhorar o meu e os dos meu alunos de Kali.

Fora isso, sugiro que você procure um profissional capacitado e habilitado para ministrar um programa de treino específico.

“Nas artes marciais, o segredo não é nada místico ou mágico, porque todas as artes marciais são técnicas físicas, é execução física, você pode ter isso, pode ter o conhecimento, mas, a menos que o aplique fisicamente, treine o desenvolvimento físico, sem isso o conhecimento é inútil, ainda é um exercício físico e você deve treinar e desenvolver ativamente para que você tenha o alcance adequado, o tempo para os adequado, os principais atributos ou a eficácia de qualquer arte marcial.”
 - Tim Waid - 

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Segredos milenares, de mais de mil anos, e mais do que mortais, sobre os pontos vulneráveis do corpo humano, cujo conhecimento pode tornar alguém ainda mais invencível do que um “inderrotável” samurai ou viking de rede social.


Cuidado e muita atenção ao ler este texto, pois ele faz referência a fontes fictícias verdadeiras, mas do conteúdo total há algo que se aproveite. Boa leitura!

“Na dinastia Xing-Ling, mestre Ku-shai Xang durante um intenso combate, num só golpe, usando os dedos indicador e mindinho atingiu a clavícula do general Chou Teipun, que o mandou direto para a sepultura, onde caiu só o esqueleto do mesmo, pois a sanha furibunda do mestre, concentrada em um único e lendário ataque lhe arrancou a carne dos ossos. Cinco mil anos depois, já na Roma dos Césares, o inesquecível acontecimento foi analisado por cientistas que conseguiram desvendar seu mecanismo. O responsável pela pesquisa, Dr. Robert Áinstain, disse que o golpe do antigo mestre deveria ter liberado a energia de 50 piaubilinas-lúmens, equivalentes ao necessário para regar a grama de dez campos de futebol, mas não recomenda que esse tipo de treino seja feito sem a orientação profissional adequada, pois pode ocasionar danos severos ao axis retroflexo do mediastino central, ocasionando óbito irreversível.”

Este trecho extraído de “A Arte Briga”, escrito há 20000 anos pelo marechal chinês Sen Tezon, relata o que acontece quando alguém é atingido por uma técnica secreta nos pontos vitais de sua imaginação. É daí para pior, podem crer.

Este outro trecho de irretorquível veracidade, extraído de “O Livro de Ouro Dourado da Mortal e Letal Definitiva Arte do Fu-den-dô”, destaca que:
“O poder para se tornar capaz de aplicar golpes invencíveis surge quando o discípulo, uma vez preparado com o mindset das coisas inverossímeis, consegue fazer retrofluir o ki para dentro do chi, ocupando todo o canto esquerdo inferior da kundalini. Se não der certo, experimente ficar rico pensando; tem chance de dar mais resultado, pequeno gafanhoto.”

Este humilde ensaio não é para falar das áreas realmente frágeis e susceptíveis de comprometer a funcionalidade do corpo e mesmo matar caso sejam danificadas. Não é preciso alinhar aqui quais sejam. Aliás, a vulnerabilidade e o “poderio” individual são muito bem expressos numa frase que ouvimos nos tempos em que treinávamos Ving Tsun (Wing Chun):
“A cabeça é de vidro, o corpo é de palha e a mão é de ferro”

Outra frase muito acertada escutamos certa vez de um querido amigo e instrutor aqui do K1307. Como também é instrutor de Krav-magá, exemplificou:
“Enquanto existirem olhos, traquéias, genitálias, joelhos e outras fragilidades no corpo haverá Krav-magá”

Resumida e validada a questão nas frases acima, o que sobra desse negócio de pontos vitais é assunto que faz a alegria da galera mais “entusiasmada”, tanto do lado da turma do “você sabia”, quanto do panteão dos “mestres" fajutos. 



Não é pouca gente que enche a boca para falar do quão letal é atingir pontos "vitais" (de acupuntura e acupressura) com golpes marciais (estes normalmente secretos, é claro), como se o coração fosse parar se alguém lhe acertar o ponto correspondente na sola do pé. Se assim fosse, bastaria calçar sapatos de EPI para prevenir cardiopatias. Pela mesma lógica delirante, quem é atropelado morre porque tem os chakras amassados, não por causas mais humildes, como traumatismo craniano, ruptura de órgãos ou hemorragias intensas.

Se você ainda está nessa de contar papo marcial no boteco, no colégio, no churrasco, ou se insiste em acreditar na fácil  letalidade de “certos golpes” em “certos lugares”, um conselho podemos te vender: Vá treinar uma arte marcial séria, numa escola séria, com professores e colegas sérios. E vá estudar! Sim, vá estudar qualquer coisa útil, que lhe propicie uma cultura razoável e lhe inspire o amor pelo conhecimento e pela leitura. Vá estudar e desenvolva uma curiosidade mais construtiva do que aquela alimentada por frivolidades. “Você sabia que há mais fios de cabelo na cabeça da morena da Guatemala do que os raios existentes no sol?” Haja saco!

Já houve e haverá mortes inesperadas e repentinas durante a prática de artes marciais diversas, assim como as houve e haverá no futebol, com seus choques e boladas fortíssimas; infortúnios, acidentes, erros, imperícia, imprudência, negligência. Raros mas podem ocorrer. E acontecem em escala microscópica, se comparadas aos acidentes de trabalho e acidentes domésticos fatais.

Verdade, também, que muitas técnicas são por natureza letais, originalmente feitas para despachar os inimigos em situações de beligerância, por isso o nome artes MARCIAIS, de Marte, o velho deus da guerra da mitologia romana. 

Embora haja uma enorme quantidade de técnicas matadoras nas diversas artes combativas, supor que o crânio humano é feito de gelatina, que a caixa torácica de isopor e que as vísceras são feitas de giz, a ponto de se romperem facilmente com "golpes lendários" e "dedadas" secretas é, no mínimo, fantasioso delírio. No mesmo sentido, os pontos de intercessão e fluxo de energia vital de certa natureza, que respondem positivamente e de forma determinante às técnicas terapêuticas, como a acupuntura por exemplo, não são “disjuntores vitais”, nem “chaves liga-desliga” que alguém pode tocar ou golpear com intuito de fechar o paletó do inimigo. 

Na mesma viajem maluca vai a turma que crê nos "apertões", aquelas "maravilhosas" técnicas dos pontos de pressão que, conforme comprovado por Naruto Uzumaki, causam paralisia e dor indescritível. Vai lá, street fighter, apertar o bíceps de um oponente que está puto com você. Peça a ele que fique parado deixando você pressionar. Antes, prepare-se para tomar porrada do avesso e do direito!

E quase íamos nos esquecendo de citar as estratosféricas, miríficas e tremebundas técnicas de "energia". Algumas, com certeza não colocamos em dúvida, vez que provêm de um conhecimento que se estende para além do trivial e não são o que o povo acha que são. Outras tantas, no entanto, são tão verdadeiras poderosas que se pode até ver a "energia" saltando, quando o "mestre" gira o punho, aponta o dedo e derruba quinze discípulos situados a três metros de distância cada um. Isso é possível sim, como demonstrou Son Goku ao conseguir se transformar em Super Sayajin. Dá pra perceber omo a coisa é séria.

Daria para analisar um volume enorme de situações hipotéticas, porque as ocorrências práticas, embora existam (garantem os Cinco Furiosos) insistem em não aparecer. Poderíamos perder uma enorme quantidade de tempo emprestando os ouvidos às pirações sobre lutas e golpes fantásticos, porque as conclusões do ponto de vista da Física, da Medicina e com alguma engenharia seriam mais que suficientes para dar cabo das inúteis canseiras, que ocupam os papos sobre “o dedo indicador mortal” do Dr. Shushuku Kawara, que foi proctologista antes de “virar mestre”. 

A técnica do dedo indicador mortal de Shushuku Kawara

Pensando um pouquinho mais... 

Você atinge o agressor com um tiro de arma respeitável em lugar “garantido”, ou com uma facada “certeira” e profunda em área vital, ou com um forte golpe com objeto contundente na cabeça e o indivíduo sobrevive e não raro volta a ter boa saúde. Diante dessas e outras eventualidades assombrosas, parece meio sem propósito vir com papo sobre “um amigo de um colega de um irmão de um cara que conversou comigo uma vez falou que conhece um cara que consegue matar uma pessoa só com um dedo”. Ora, todos nós conseguimos matar com um só dedo, bastando que entre o dedo e o oponente tenha um revólver, por exemplo. Que canseira dá essa história de golpe secreto mortal sobre pontos vitais! Isso insulta a inteligência de qualquer artista marcial sério, sem dúvida. 


Pontos vitais existem, todo munto sabe. O negócio é saber o que fazer com eles e como fazer, caso num confronto você tenha a chance de fazer algo contra as regiões vitais. Siiiiim, isso mesmo, repetindo: CASO TENHA CHANCE; SABER como… Veja bem… Tem uma certa região da cabeça, que se for ferido com certa maneira “desliga” o organismo para a morte imediatamente; o efeito é semelhante ao daquele tiro de sniper, disparado contra um espaço pequeno e específico da cabeça; o alvo cai de imediato, sem conseguir mexer um músculo. Entendeu? Já, batidas de mãos vazias PODEM derrubar (o que é mais comum) e, TALVEZ até matar (o que é bem mais raro); estão aí as lutas esportivas para provar esta afirmação.

Cada região vital tem um “código”, uma “linguagem” própria que gera efeitos. É de pouca valia achar que qualquer coisa que aplicar serve. Por exemplo, se aplicar um mata-leão na coxa do oponente, ou cortar o cabelo dele com um golpe de faca não vai dar certo, não é mesmo? Chave e fechadura...

Quando se trata de combate armado, há que se considerar que tudo é alvo útil, com efeitos mediatos e imediatos, embora nem todos os alvos sejam típicos pontos vitais. No mesmo sentido, arranhões e escoriações não são ferimentos sérios. Lembramos que o objetivo é interromper a capacidade operacional do adversário, seja temporária ou permanentemente, conforme o caso e as possibilidades. No caso das armas de fogo de porte (revólveres e pistolas), peculiaridades como potência, configuração de projétil, número de disparos efetivos, valores de balística terminal, etc, alimentam uma eterna discussão sobre danos e eficácia na desmobilização; isso grosso modo, pois, na prática, as variáveis podem ser reunidas no atingimento de órgãos vitais, grandes vasos e outras estruturas nobres (sob o prisma dos efeitos rápidos e imediatos) e na complicada variável, que é obter um enquadramento funcionalmente correto, numa situação de stress e muito movimento, o que explica duas coisas: a) tiro acerta em tudo quanto é lugar; b) os resultados são os mais imprevisíveis. Assim, por exemplos: o tiro da pistola, com munição 9x19mm jaquetada (full metal jacket) atravessa o peito do pé, que não é nenhum ponto vital imediato, mas compromete seriamente a mobilidade do adversário reduzindo suas possibilidades de combate e evasão, assinando-lhe o fim ali mesmo; um tiro com a mesma munição acerta a banda direita do abdômen, perfura o fígado do oponente, que continua revidando por um minuto e dá o fora correndo e encontra socorro mais adiante. Esperamos ter deixado um pouco mais clara a complexidade desses aspectos de regiões vitais com estes pequenos exemplos relativos a certas armas de fogo.

Excetuando-se a distinção técnica entre projéteis de alta e baixa velocidade, tudo o que não é tiro saído de arma de fogo, em termos absolutos, pode ser chamado de disparo, arremesso, ou golpe de baixa velocidade. Nisso se encaixam as flechas, setas, dardos, bumerangues, pedras disparadas por fundas ou manualmente, golpes de espada, de bastões, de faca, chutes, socos, tapas, mordidas e beliscões.

No mundo repleto de coisas que cortam, furam e batem (incluindo as mãos vazias) a questão das áreas vitais fica bem ressaltada, uma vez que as peculiaridades dessas armas e recursos fazem com que os danos resultem em severos ou mínimos, conforme sejam aplicadas. Como assim? Veja bem, entre levar na barriga um soco “profissional” e um tiro de calibre 22, qual você acha que pode fazer maior estrago? Não se trata de dor, mas de dano, lesão, machucado, destruição. Isto esclarecido, sigamos...

Um mui conhecido e consagrado Mestre de Artes Marciais Filipinas disse certa vez que “o bastão procura o osso, a faca procura a carne”. Esta frase sintetiza com elegância o que afirmamos acima, sobre o que fazer com essa ou aquela região vital, valendo o mesmo para pontos não-vitais, afinal, se alguém vem com uma faca e você fratura os dedos dele com um objeto contundente, tudo funcionou bem. Seria diferente se ele viesse com um bastão e você tentasse decepar os dedos dele com seu canivete de três polegadas esperando o bastão cair antes de rachar sua cabeça. É…, cada coisa tem seu lugar.

Espanando as lorotas, as suposições, as “inguinoranças”, as bazófias, as mendacidades, as imaginações delirantes, as fanfarronadas e muitas “mestranças” (sic) sobre regiões vitais do corpo, nossa humilde sugestão é que se considere como regra o uso de armas sobre as áreas vitais. Ações de mãos nuas, num contexto de vida ou morte, considere como subsidiárias (precedentes, de apoio ou transição para a ação armada), ou como último recurso, a não ser que você seja o Saitama (veja legenda da imagem abaixo). Para nós, como regra de defesa, “sair no braço” é coisa que não presta; é a derradeira camada do combate. 

Saitama, protagonista de "One Punch Man", treinou tanto que se tornou capaz de derrotar qualquer adversário com um soco apenas

Para encerrar, uma advertência: Se você quer que publiquemos uma lista de pontos vitais e como atuar sobre eles, aguarde até o final da eternidade, pois embora detenhamos alguma tecnologia no assunto, nos reservamos a distribuí-la nos círculos internos da família K1307, progressivamente, conforme o perfil, comportamento e desenvolvimento (global, não apenas técnico) de cada estudante. Afinal, nos causa repulsa dar upgrades e coisas sérias para babacas, valentões, esquentadinhos e outros tipos desequilibrados e malfazejos. Nesse assunto, em nossa casa os juízes somos nós, o mérito é a condição eletiva, que respaldamos pelos bons valores morais, pela legalidade e pela educação provida no lar. Não somos editores do “manual do assassino mirim”. A quem vive de acordo, nossas boas vindas para treinar conosco!

Até a próxima.

Forte abraço!

Mabuhay!










sexta-feira, 13 de março de 2020

Lançando uma luz sobre lanternas táticas

Pequenas, leves, fortonas...

Certa vez publicamos um ensaio sobre armas pequenas e contundentes (Um "monstrinho" para levar no bolso), no qual dedicamos algumas linhas às lanternas táticas. O que escrevemos no artigo referido foi isto:



“Essas, sim, são armas de "responsa". Além de úteis para iluminar, servem para cegar temporariamente o adversário, desorientando-o e dando oportunidade para evasão, ou para despejar nele uma chuva de pancadas.

Há lanternas para todos os gostos, necessidades e bolsos. Quando digo bolsos, me refiro aos preços, uma vez que grande parte delas é de bolso. Mas as lanternas táticas, por excelência, não costumam ser aquelas facilmente encontradas no Aliexpress, que prometem 200.000.000 de lúmens e 10.000 horas de bateria, por apenas cinco dólares. Não... Você pode até encontrar uma boa, mas dificilmente terá as características de uma lanterna tática propriamente dita. E quais seriam essas características...?

São robustas, sólidas, com potências realmente altas (800, 1000 lúmens ou mais), gastam bateria loucamente (muitas contam com modos econômicos e intermediários, para uso geral), podem possuir modo estroboscópico, muitas têm bisel (aquela borda para golpear), e muitas são adaptáveis a acessórios para acoplar em armas de fogo.

Quer comprar uma? Procure fabricantes de boa reputação, pesquise os modelos, assista análises no YouTube e prepare o bolso, pois uma lanterna tática de qualidade, mesmo sendo acessível, não é um item dos mais baratos. Existem umas de sessenta dólares e outras que chegam a mais de duzentos, todas muito boas.”
Pedimos encarecidamente ao amigo leitor, que anda pensando em comprar uma lanterna bacana e “porradeira”, que preste bastante atenção nestas observações, usando seu bom discernimento para não comprar gato por lebre:
“Mas as lanternas táticas, por excelência, não costumam ser aquelas facilmente encontradas no Aliexpress, que prometem 200.000.000 de lúmens e 10.000 horas de bateria, por apenas cinco dólares.”

Muitas dessas lanternas, de aparência “tática”, são boas utilitárias sim, eventualmente podem até “quebrar o galho” numa demanda de defesa pessoal, mas suas características meramente estéticas logo se revelam, na deterioração prematura, nas quebras fáceis e principalmente na potência muito aquém da prometida. Não existe esse negócio de milhares de lúmens alimentados por pilhas AAA ou AA. Reforçando, podem ser utilitárias boas e estilosas, mas não são genuínas lanternas táticas. Esperamos que este pequeno ensaio convença você a respeito e ilumine a questão um pouco mais.


No mesmo sentido do parágrafo anterior, muito cuidado com lanternas oferecidas por “grifes táticas”, isto é, por marcas conhecidas, respeitadas e de boa qualidade que fabricam vestuário, bolsas, calçados e que vendem – com sua marca – artefatos estranhos à sua linha de produção própria, como lanternas, sprays, etc. Óbvio que esses artefatos são adquiridos e revendidos com a marca famosa estampada. Neste caso, se você for fã de certas marcas (como nós somos), procure saber se o produto realmente apresenta as características de qualidade, potência e construção de uma verdadeira lanterna tática.



O que elas têm que as outras não têm:


Poder, muito poder é o que elas têm. Basicamente, os “ingredientes” das boas lanternas utilitárias e das táticas são os mesmos; o que faz a diferença é a qualidade dos componentes e a tecnologia de construção. E quais seriam as características de uma autêntica lanterna tática? Bom, vamos a uma breve descrição:



a) Rusticidade


Lanternas táticas, por mais sofisticadas em tecnologia que sejam devem ser pau pra toda obra, com alta tolerância a falhas, resistentes às intempéries, aos uso intenso e a “maus tratos”, NÃO podendo estar sujeitas a condições especiais de utilização, nem comportar fragilidades em seus componentes; têm que ser “brutas” e sem frescuras! Vejamos:


Corpo de alta resistência mecânica – Via de regra são feitas com ligas metálicas compatíveis com altos esforços, com destaque para ligas de Alumínio anodizado ou com pintura especial. Existem umas poucas fabricadas em polímeros de alta resistência, as quais não recomendamos (opinião pessoal) como lanterna de uso principal, especialmente se a potência real da mesma for muito alta, considerando que lanternas táticas “estabelecidas” (com cerca de 1000 lúmens) geram bastante calor. Claro que polímeros como Poliéster, em algumas de suas composições suportam temperaturas de mais de 100 graus célsius sem que (em curto prazo) alterem suas características. No mais, entendemos que o principal problema do uso polímeros para fabricar lanternas é a baixa dissipação de temperatura, quando comparados às ligas metálicas. E o aquecimento, conforme o tempo de uso contínuo da lanterna, pode deteriorar os componentes susceptíveis ao excesso de calor, como a bateria, circuitos e vedações. 


Resistência à água – Devem ser à prova d’água, suportando chuva e submersão em profundidade e tempo bem definidos. Esta característica é normatizada pelo famoso ANSI - American National Standards Institute, através das normas IPX7 (equipamento que suporta submersão de um metro por meia hora) e IPX8 (submersão contínua por mais de um metro de profundidade).


Resistência a impactos – O parâmetro de referência são as quedas, comumente consideradas de cerca de um metro de altura sobre piso de concreto, sem que haja danos ou quebra. Vale mencionar que esta característica é muito importante, considerando que muitas lanternas também são armas contundentes.



b) Simplicidade de operação


A maioria das lanternas táticas respeitáveis oferece opções de ajustes da luminosidade. Luz com intensidade variável, estroboscópica, com memória para modo preferido… Isto é para que a lanterna tenha mais utilidade diária, além do uso como armamento, aproveitando melhor a autonomia da bateria. Mesmo com tantas opções e benefícios o fundamental é que o acionamento da lanterna seja simples.


Não se deve considerar "tática" uma lanterna só porque tenha alta potência. Em termos de operação e acionamento há modelos utilitários compactos e potentes, que ligam e desligam torcendo alguma parte do corpo da lanterna, o que reduz a agilidade no acionamento.


Ainda quanto à simplicidade de operação, mais um “recurso” complicador e que deprecia a confiabilidade da lanterna é aquela regulagem telescópica de foco que algumas lanternas (a maioria “xing-ling”) apresenta. Você espalha ou concentra o foco deslizando a parte dianteira da lanterna. Lembre-se de que muitas lanternas táticas são – além de objetos luminosos de alta intensidade – armas contundentes. Ora, se a bagaça tem uma parte deslizante que tipo de arma sólida e confiável ela será? Pois é...



c) Autonomia


É o tempo de uso com carga plena de bateria em boas condições operacionais, que nas lanternas com ajustes de luminosidade vem especificado pelo fabricante. Lembrando que a energia acaba mais rápido nos modos mais intensos, que são voltados para defesa ou situações que exijam mais luz, e dura mais (às vezes bem mais) nos modos de baixa luminosidade.


Um conselho que vendemos a você é: Se comprar uma lanterna para fins de defesa pessoal e situações de emergência, considere como norma usá-la sempre na “alta”, ou seja, com toda potência, no modo “turbo”, com luz de “estrobo”, enfim, no que ela tiver de mais forte e agressivo em termos de emissão de luz. Assim recomendamos para que você não seja apanhado de surpresa por uma regulagem “econômica”, que você esqueceu de mudar, ou com a bateria já consumida pelo uso utilitário. Para uso geral adicione mais uma lanterna (comum) ao seu EDC, à sua bolsa, etc, podendo esta funcionar com pilhas comuns. Uma bateria extra também vai bem. Lembre-se: lanterna tática PODE ATÉ SER utilitária, mas antes de tudo É ARMA; logo, respeite-a e trate-a como tal.



d) Fonte de luz adequada


Podemos seguramente afirmar que lanternas de pequenas dimensões ganharam status de armamento quando os LEDs de alta intensidade se tornaram padrão de indústria. Antes disso, não havia fonte luminosa que emprestasse às lanternas a tão apreciada potência. Ora, aquelas “lampinhas”, por mais fortes que fossem nem de longe se comparam ao poder e à durabilidade do LED, que pode ser organizado em matrizes com várias unidades, alcançando luminosidades espantosas. As velhas lâmpadas também ficavam devendo na resistência a “trancos” e intempéries…



e) Potência


A boa literatura online (que não é facilmente encontrada na pobreza informativa da internet brasileira, onde uns repetem os outros) informa que a potência mínima de uma lanterna tática propriamente dita situa-se próxima aos 250 lúmens, emissão eficaz contra os olhos de um eventual oponente. Já o máximo de força de uma lanterna depende da sua necessidade, da portabilidade e, sobretudo, do poder de seu bolso.
Reforçando: Nunca, jamais e de maneira alguma confie em lanternas que prometem milhares de lúmens por uma merreca de grana; é papo furado; uma lanterna monstro, tipo a Imalent DX80 (32.000 lúmens) custa mais de U$300.00, pode ter certeza!



Aprofundando um pouco mais

Assuntos técnicos costumam ser chatos quando não se casam com nossos interesses, porém saber um pouco mais não custa, previne equívocos e nos dá mais liberdade de escolha em tudo; por isso sugerimos mesmo aos “não-nerds” que se familiarizem com manuais de instrução, fichas técnicas e históricos de utilização do que quer que seja que venham a adquirir. Voltemos ao assunto…


Desdobrando o conceito geral de potência, para que performance da lanterna fique melhor compreendida, consideramos como base as normas ANSI (American National Standards Institute) que, salvo engano quanto à data, estabeleceram normas para lanternas no ano de 2009, as quais foram adotadas internacionalmente por fabricantes diversos:



a) Saída (light output) – Numa definição extremamente simplificada, é a famosa e popular medida em lúmens, que indica a “quantidade” de luz emitida pela fonte.


Definindo com o jeitinho sutil da Física seria algo como: Unidade de fluxo luminoso adotada internacionalmente, definida como fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme com intensidade uniforme de uma cândela, contido num ângulo sólido de um esferorradiano.



b) Intensidade máxima do feixe no espaço (peak distance) – Representa a intensidade máxima da emissão luminosa considerando-se a direção e a distância. A unidade de medida é a cândela.


Falando em "fisiquês": Cândela é a intensidade luminosa, numa dada direção, de uma fonte que emite uma radiação monocromática de frequência 540x1012 hertz e que tem uma intensidade radiante nessa direção de 1⁄683 watt por esferorradiano.



c) Alcance do feixe luminoso (beam distance) – Medida em metros da distância máxima que a mais intensa parte do feixe consegue iluminar.



d) Autonomia (run time) – É o tempo gasto para que a luz de 100% emitida na saída caia para 10% da luminosidade em uso contínuo.



O que mais é interessante saber?


Portabilidade – Tamanho é importantíssimo definir. Em se tratando de EDC, bolsas femininas e bolsos, não faz mal adotarmos como regra maior potência possível em menor tamanho. Sem dúvida, uma lanterna de 1000 lúmens que cabe no bolso confortavelmente não é nada mal. Mulheres preferem itens em versão compacta para carregar na bolsa, não é mesmo? Potência e portabilidade!



Fonte de energia – Enquanto lanternas utilitárias contam com variada gama de pilhas e baterias, equipamentos de alta performance demandam baterias bem mais fortes, que atendam a maior exigência energética. Lanternas táticas estão na categoria dos dispositivos de alta drenagem (high drain devices), por isto é comum que usem baterias modelo 18650 e outras do tipo (recarregáveis, valem mais a pena), ou CR123A (o par; mais caras).



Borda em bisel – Muitos modelos têm uma borda em ressalto, ou dentada, cuja função é dar porrada. Sim, para bater! Certos fabricantes afirmam que a borda é para “quebrar vidro de carro em caso de emergência”. Muitos canivetes têm uma peça em ressalto, no fundo, com o mesmo pretexto, “quebrar vidro”. Nas facas a coisa é mais assumida, sendo a tal protuberância chamada “skull crusher” (quebra crânio). Quebrar vidro… de carro, ainda… muito fácil na imaginação… experimente romper um desses vidros temperados ou laminados de carro.



Calor – Lanternas bacanas, batutas mesmo, com aquele corpo super de Alumínio, dissipam bem o calor e prometem desligar automaticamente depois de certo tempo, para evitar superaquecimento. Ainda não passei por um desligamento automático de lanterna, mas boto fé que ocorra antes de fritar...


Palpites e opiniões leves sobre algumas marcas

Antes de falarmos um pouco sobre marcas bacanas e estabelecidas, que tal combinarmos umas coisas?


1) Assumimos que lanternas táticas de verdade se encaixam nas descrições feitas até agora, o que pode ser confirmado pela literatura confiável na web (sites de outros países).


2) Sob o aspecto da luminosidade, consideramos como propriamente táticas aquelas cuja potência seja de 300 lúmens para cima, pelo acentuado efeito contra a visão do oponente.


3) Que o amigo leitor, com seu conhecimento e experiência, nos agracie com a ampliação de tudo o quanto foi dito aqui e da listagem a seguir; assim nós também poderemos aprender mais e deixar mais conhecimento disponível a todos.



Bom, dentre um razoável universo de fabricantes escolhemos citar os seguintes:


Olight – Amamos esta marca, que consideramos só virtudes com boa relação custo x benefício. Robustas e bem construídas, a marca conta com grande variedade de modelos, para todos os gostos, necessidades e bolsos. Atualmente, as nossas são Olight.



Sucessora da M1X Striker, esta é a Olight MR2 Warrior Pro - 1800 Lúmens

Para a amada "garrucha" - Olight MR2 Valkyrie PL2 Mini


Surefire – Antiga e estabelecida, marca de enorme prestígio que arriscamos reputar pioneira na produção de lanternas táticas como conhecemos. Produto fino. Se quer uma Surefire com precinho camarada…, pode esquecer.

Surefire Fury DFT - 1500 Lúmens



Nitecore – Vários modelos de lanternas e carregadores. Custo interessante. Até agora só vimos falarem bem da marca. Está na lista…


Nitecore P12 - 1000 Lúmens

Maglite – Veterana no mundo das lanternas de qualidade, conhecida pelos mais filmes mais antigos como aqueles lanternões usados por policiais, a marca não tem destaque no plano das lanternas táticas, contando com não mais de dois modelos que se aproximam da proposta aqui tratada. A Maglite decaiu do prestígio, igual telefones Nokia…


Maglite MAG TAC - 671 Lúmens (671...? Que número mais exótico, não?)

Fenix – É outra muito interessante, ao lado da Nitecore. Lanternas bacanas e bem reputadas, acessórios, baterias… Também está na lista.

Fenix PD36R - 1600 Lúmens


Imalent – Vai lá dar uma olhada. Ficamos até emocionados com o que esta marca oferece. Vai lá ver! Já está incluída no topo da lista para a próxima aquisição.



Imalent DM21C - 2000 Lúmens (tá no topo da lista)


Não poderia deixar de mencionar: Imalent DX80  - 32000 Lúmens
Ainda vou ter uma bagaça dessas! Que doideira! Olhem os reviews no YouTube.

Encontramos ainda outras marcas bem reputadas pelos sites especializados, embora nenhuma referência anterior tenhamos tido sobre as mesmas: Jetbeam, Lumintop, Klarus, Streamlight, Pelican…


Jetbeam JET2M - 1100 Lúmens

Lumintop ED20T - 750 Lúmens (tá na lista)

Pelican 7600 - 944 Lúmens (não sei o que dizer, mas tem uma cara boa...)


Labirinto das baterias


Anote aí: 18650. Este é o modelo das baterias de Lítio para a maior parte das lanternas táticas e para outros dispositivos de alta drenagem energética. Basta comprar uma e sair por aí iluminando tudo, não é mesmo? Mais ou menos isso...


O universo das baterias é um dos campos de forte atuação dos fabricantes mais obscuros, falsídicos e picaretas deste planeta. Em busca de uma boa bateria 18650 o que há de mais fácil é levar gato por lebre, pois é muito difícil saber qual bateria é boa e, dentre as de boas marcas, se é falsa ou não. Isso é causa de preocupação, mas não é coisa invencível, porque tanto as baterias falsas, quanto aquelas que (descaradamente) prometem muito e entregam pouco não deixarão de acender sua lanterna. O mais provável é que sua lanterna não chegue ao máximo desempenho luminoso, nem a autonomia de uso prevista. Ou seja, baterias de araque são, antes de mais nada, fracas. 


A começar pelo preço você pode perceber que algo está fora de ordem. A média de valor unitário de uma honesta bateria 18650 é cerca de U$ 20.00 nos bons fornecedores externos; logo, aqui nas terras tupiniquins, a mesma honesta bateria pode chegar a uns R$ 80,00, um pouco mais, um pouco menos. As baterias “xing-ling” são facilmente encontradas com preço a partir de R$10,00. E nessa história de preço, o que não faltam são fornecedores pilantras que vendem falsas pelo preço das verdadeiras.


Se você vasculhar a Internet em busca de informações para separar o joio do trigo, encontrará muita coisa útil. O YouTube é rico no assunto e pode ajudar muito.


Nos vastos domínios da fuleiragem que predomina no mundo das baterias, além dos falsários (que atentam criminosamente contra as marcas decentes) existe a fauna dos nebulosos fabricantes de “super baterias”, cujas potências sobrenaturais circundam a órbita de descarados 8000, 9900, 12000mAh (miliamperes-hora) e até mesmo espantosos 26500mAh! E tudo por preços entre dez e vinte reais. Essa força toda deve ser real em algum outro ponto da galáxia, mas aqui não passa de lorota. As baterias de boa procedência e boas marcas anunciam, quando muito, coisa de 4000mAh e um pouquinho mais. A média anunciada fica entre 2600 e 3200mAh. Mas elas entregam energia dentro do esperado, ao contrário das “poderosas” que nem passam perto, apesar dos números pomposos.


Direto das trevas industriais para nossas lanternas, por "apenasmente dez real"

Duas palavrinhas antes de encerrarmos o texto: 1) Baterias de Lítio carregam frias. Logo, se a sua esquentar durante a carga, algo está errado; melhor descartar. 2) Elas gostam de explodir quando invertidas no carregador, ou, como preferem dizer os fabricantes, elas podem “abrir em chama”.


Algumas marcas sérias (propaganda gratuita): Samsung, LG, Sony, Olight, Nitecore...

Link muito útil: Como identificar e escolher uma bateria 18650 original.


Por enquanto é só. Esperamos que gostem do texto.


Até a próxima! Forte abraço! Mabuhay!














sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Seminário Pekiti Tirsia Tactical Association 2020 BHMG

Uma rápida noção sobre Artes Marciais Filipinas

Considere alguém que tenha altas habilidades no uso de lâminas curtas e longas, bastões, armas contundentes diversas, somadas a habilidades de luta desarmada bastante diferentes do que você conhece. Esta é uma descrição, muito resumida, do típico praticante de Artes Marciais Filipinas, também conhecidas como Kali. Armas em primeiro plano, porque nos confrontos reais a vida, a morte e a preservação da incolumidade física são decididas, antes de tudo, pela força das armas. Não espadas milenares, nem lanças especiais ou itens com formatos mirabolantes de "grande valor cultural", cuja aplicabilidade nos tempos modernos é pouca ou nenhuma. Afinal, quem usa uma Alabarda, ou uma espada Claymore no dia a dia?


Faca de lâmina fixa, canivete, karambit, push dagger, facão, bastão fixo, bastão retrátil, dulo-dulo ou kubotan, soco inglês, e tudo o que sirva para cortar, perfurar, bater, incluindo artefatos mais modernos, como lanterna e caneta tática, dentre outros armamentos, encontram sua plena expressão e força sob a poderosa tecnologia de combate do Kali. Sobre as técnicas desarmadas pode-se dizer o mesmo, pois elas seguem padrões peculiares que visam potencializar ao máximo cada golpe traumático, imobilização e projeção.
  • Excelência em defesa e proteção pessoal? Sim.
  • Excelência na incapacitação permanente ou temporária de ataques e ameaças? Sim.
  • Excelência no controle e contenção de pessoas? Sim.
  • Aprimora de forma acentuada reflexos, coordenação motora, percepção espacial, ambidestria e agilidade? Sim.
  • Aprimora a percepção de segurança e aumenta o equilíbrio emocional? Sim.
  • O uso de armas reduz ou anula as diferenças de ordem física, sendo por isto arte de excelência em defesa pessoal para mulheres.
  • Outros benefícios? Sim.

Mas, não se trata de um esporte! Não é um esporte! 



Sobre o já tradicional evento anual

Um evento tradicional de uma arte que você (ainda) não conhece. Assim definimos nosso encontro anual com o Tuhon Jared Wihongi, que ocorre desde 2017 aqui em BH. Antes dessa data, instrutores e estudantes do Pekiti Tirsia Kali seguiam para outros locais do país, onde o Tuhon já percorria. Promovíamos muitos eventos por aqui, mas não de tamanho peso. A aliança formada pelas organizações CDP, Kali 1307 e Sagarana Kali (que há mais de uma década têm desenvolvido o Kali no Estado de Minas Gerais) possibilitou a inserção de nossa capital no circuito dos mais importantes eventos de Artes Marciais Filipinas que ocorrem periodicamente no território nacional, consolidando Minas como um dos centros de referência no setor.




O Tuhon (Mestre) Jared Wihongi, fundador de Pekiti Tirsia Tactical Association (PTTA) está entre os mais destacados instrutores Pekiti Tirsia Kali (PTK), tanto em seus aspectos tradicionais, quanto no âmbito tático, sendo também um dos mais consagrados instrutores operacionais e policiais do mundo. Pekiti Tirsia Tactical Association é a organização PTK que mais cresce no plano internacional, estando presente em cerca de trinta dos mais importantes países.

O seminário internacional anual é aberto ao público. É elaborado para proporcionar uma ótima experiência a todas as pessoas, desde quem nunca teve contato com artes marciais, até aqueles que já se constituem mestres em suas respectivas artes. Homens e mulheres de todas as idades, civis e militares, operadores da segurança pública, professores de artes marciais que desejam enriquecer seus conhecimentos com perspectivas de combate armado, pessoas que já compreendem as doutrinas de defesa pessoal como sendo parte indispensável de uma boa educação para a vida, gente que ama aprender coisas novas e interessantes.

Participe! Inscreva-se! Junte-se a nós! Treine Kali!











sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Letal, ou não letal, eis a questão...


Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim?

Hamlet (William Shakespeare)


- I - 
As pessoas que vêm ter conosco, seja como estudantes curriculares, seja nos cursos e nos seminários, volta e meia levantam questão sobre a natural letalidade das artes marciais filipinas, especialmente aqui no “nosso negócio”, o qual não contempla um aspecto competitivo ou esportivo sequer. Esse tipo de questionamento surge não porque a natureza letal do Kali mexe com as consciências, mas pelo fato de você, leitor amigo, estar aprendendo “uma coisa que mata”. Daí, senhoras e senhores, eis que se abre uma porta para o mundo das confusões que jaz no íntimo de cada criatura! Vamos ver se conseguimos lançar alguma luz sobre esse tipo de dúvida que quase todos carregamos…

Como dito acima, o que em princípio parece ser um problema, um drama de consciência, uma ameaça a uma série de importantes “instituições” das almas mais evoluídas, educadas no lar, espiritualizadas, que possuem um senso moral calcado no bem de todos, que valorizam o conhecimento, o trabalho e uma vida correta, não é fato das coisas letais e “perigosas” em si mesmas, uma vez que essas não constituem uma violação (virtual ou real) do que quer que seja dentre as mais altas virtudes da vida. O que é comum ocorrer é uma sensação desagradável no plano das emoções, que provém da “afronta” que a ideia de aprender algo letal impõe sobre partes de nosso modelo de mundo, esse conjunto de percepções fixas em padrões, espontâneas ou adquiridas, resumidas numa negativa “opinião” íntima sobre “aprender algo que mata”.

Observe bem: “aprender uma coisa que mata” e NÃO “aprender a matar”. Percebe a sutil diferença? Consegue perceber que, embora guardem semelhanças aparentes, as frases produzem impressões diferentes em você? Responda… Mas faça o seguinte para responder: Não busque “a explicação”, “o porquê”, pois esta seria uma racionalização e um ponto final insatisfatório, assumindo que o “porquê”, embora funcione como justificação racional, legal, moral, permissão consciencial, autorização interna, não tem o poder de fazer com que você compreenda algo de verdade. Abstenha-se das explicações e procure observar o COMO essas sutilmente diferentes proposições impressionam você. De que maneira elas confrontam e contrariam algo dentro de você? Como uma pode ser mais confortável (e aceitável) que a outra? Busque, de espírito desarmado, compreender quantos aspectos lhe vierem à mente, como cada uma uma das duas ideias mexe com suas emoções, e tudo mais que puder descobrir. Então, aí sim, a probabilidade de obter uma resposta muito boa, autêntica e satisfatória passa a ser grande, sem que você precise inventar desculpas (conscientes ou não) para experimentar coisas novas e produtivas, aqui, no caso, para continuar a estudar o Kali com o prazer e a alegria que o treino lhe proporciona.


- II - 
Nossa proposta é (e, com a Graça de Deus, sempre será) prover Educação, em aspectos que hoje são largamente negligenciados, os ligados às relações interpessoais e os conflitos inerentes às mesmas, que podem facilmente chegar a extremos. Parece uma proposição psicoterapêutica, não é mesmo? E, de fato comporta algo de "terapêutico", no sentido de que muitos benefícios, em diversos setores da vida, surgem da prática e compreensão de uma arte de combate, como se verá no correr deste texto.

Aprender a falar e andar, ter boas maneiras e polidez, ler e escrever, aprender matemática, estudar a língua natal e outros idiomas, enveredar-se pela ciência, pela religião, pela arte, tudo edifica a alma humana. Nosso esforço de contribuição, aqui representado pelo Kali, não é o de vender nossa arte, pois a adesão ocorre na medida em que alguém encontra no Kali um sentido mais forte e um caminho que possa preencher anseios de conhecimento em sua vida. O que “vendemos” agora é o conceito de que aprender a lutar, a se defender, a preservar a vida e a incolumidade própria e de terceiros é parte importantíssima, diríamos até fundamental, da educação.

Teorias contrárias, seja de natureza “ideológica”, política, religiosa, não nos interessam e, desculpem-nos, as reputamos argumentação falida. Quando o tema é a preservação da própria integridade e a de outros a quem nos caiba proteger, todas as crenças e convicções caem por terra. Caem não porque sejam apenas inúteis, mas porque não resistem à crua realidade dos fatos violentos, revelando sua plena inutilidade em meio aos mesmos. Ah, não é assim? Você é do tipo que “têm certeza” de aceitar até ser torturado até a morte, antes de pensar em ferir alguém? Bonito pensar assim, não? Então, tenha a bondade de estender a mesma convicção aos seus filhos, pais, cônjuge e entes queridos o mesmo favor, de aceitarem ter suas vidas ceifadas ou estigmatizadas por uma violência brutal, dolorosa e excruciante, caso o infortúnio se apresente a você… Não gosta nem de imaginar tal coisa, não é mesmo?


- III - 
Nos lugares onde a vida acontece, isto é, nos lares, nas ruas, etc, não têm eficácia os avanços da civilização, o aparato de segurança pública, o ordenamento jurídico com seus diplomas que “protegem” isso e aquilo. Esses mecanismos sociais só fazem efeito quando o estrago já está feito. Se a boa conduta não é espontaneamente exercida, o que lhe resta é a parte educacional que a maioria negligencia, que é saber se defender, com e sem armas. Não é com “ou” sem armas. É com e sem armas.

As pessoas são ótimas em se tornarem agressivas e violentas, mas são péssimas em saber debelar uma agressão ou ameaça. São refratárias (a quase todo tipo de aprendizado) e acomodadas por um atávico epicurismo torto sobre uma plataforma de preguiça; confiam nas virtualidades protetivas estatais e privadas, e se fazem “empoderadas”, esquecidas de que não adianta berrar, nem desfiar bravatas quando a coisa emborca. As forças de Segurança Pública não são onipresentes e a legislação criminal (de qualquer país do mundo) funciona melhor para “socorrer” cadáveres e ministrar o castigo depois que o estrago está feito. Numa situação crítica em que você caia só há três considerações válidas: a Misericórdia Divina, sua aptidão defensiva e o agressor. A aptidão defensiva é que, muitas vezes, materializa a Misericórdia do Alto. Sim, não apenas para combater, porém, no mais das vezes (temos experimentado) desviando você (que sabe combater) dos caminhos ruins que levam às contendas.


- IV - 
Educação é, dentre outras coisas, discernimento. Quem aprende “uma arte que mata”, geralmente aperfeiçoa o próprio discernimento e passa a perceber melhor quando não seja necessário fazê-lo, quando se possa usar outros meios para evitar ou debelar um conflito, quando se chegue ao extremo e não haja outra alternativa. Lucidez é uma palavra que ilustra isto que dizemos. Eis alguns resultados dessa educação: abrir os olhos para o real valor das coisas que nos cercam; ter mais serenidade e segurança no trato com o próximo; aprender a perdoar mais e com mais sinceridade; renunciar às migalhas e ninharias pelas quais os estúpidos disputam até a morte; viver com mais tranquilidade, mais fé no bem e no amor; ter menos medo de viver; ser mais responsável pela própria conduta, pois o poderio adquirido exige ponderar e medir cada decisão e ação.


- V -
Sentimos muito informar, mas TODA arte marcial mata. Todas são feitas para matar, originalmente para guerrear, sem exceções; por isso se chamam marciais. E todas são mui educativas, não apenas considerando o que dissemos acima, mas todos os demais benefícios que de cada uma se pode obter no campo moral, comportamental, intelectual, espiritual, etc. Se muitas delas priorizam aspectos esportivos, e se outras renunciaram à sua natureza primeva é porque: ou se deterioraram, ou resolveram explorar outros aspectos da mesma educação tratada aqui, como o Muay Thai e o Jiu-Jitsu, artes que produzem gente com excelente têmpera moral, e que através do aspecto esportivo e competitivo transformam para melhor os espíritos mais indisciplinados, rebeldes, instáveis e debilitados. Isso é de um valor inestimável! E, ainda, desfiando mais um exemplo dessa educação a que aludimos, não podemos deixar de citar o Tai Chi Chuan, Kung-Fu cuja forte e eficiente marcialidade cedeu espaço ao cultivo da saúde através da harmonia do movimento. E por aí vai...


- VI -
Letal ou não letal, então…?

Quem pode mais, pode menos!

A natureza da arte; a natureza da arma, não importam tanto quanto importa seu posicionamento a respeito. Aprender Ninjutsu não torna você um ninja assassino. Aprender Kali não torna você um assassino ainda mais “assassinador”. Aprender a atirar não faz de você um ciborgue exterminador. Depende de você, do que pretende fazer com isso. Claro que se optar por sair por aí fazendo o mal, pode ter certeza que receberá a resposta adequada e ponto final. Viva pelo bem, do próximo, dos seus, de si mesmo e, caso o infortúnio venha aos seu encontro, quem dará a resposta adequada será você.

Ahhh…, mas você quer aprender só técnicas não letais, da mesma maneira pela qual se formou em medicina e se especializou em cirurgia sem suportar ver sangue.

Em termos de tecnologia marcial o Kali é 85% de muito estrago,10% de considerável estrago e 5% de pouco estrago. Acreditamos que assim não sirva para atender aos anseios de quem “precisa” saber se defender “preservando a integridade do oponente”.

Aí você resolve aprender uma arte mais conhecida, que talvez tenha o que você procura, por exemplo, o Jiu-jitsu. Que bom, você resolveu o drama da “matabilidade” do Kali, tão inconveniente para sua índole “da paz”. E tome treino forte de Jiu-jitsu! Então, você aprende mata-leão, triângulo, guilhotina, um monte de chaves cervicais e outras tantas coisas feitas para despachar o adversário, dolorosamente, para o buraco ou para uma vida regada à fisioterapia. E agora, como é que fica? Esse é o ponto em que você compreende que o "drama" da letalidade está com você e não com a arte, nem com a arma.


- VII -
Quem pode mais, pode menos!

Nossa modesta opinião é de que o melhor a se fazer, nesse campo educacional da autopreservação e do respeito mútuo, é aprender de uma extremidade a outra. Quer dizer que entendemos que se deve aprender algo que mata, algo para conter, algo para dissuadir. Até aprender a conversar direito ajuda. Quem pode mais, pode menos!

No âmbito da defesa pessoal, não advogamos o “desmobilzar” o adversário “preservando sua integridade” como necessidade de primeira grandeza, pois essa postura reputamos irreal, despropositada, irresponsável e até suicida. Exceto pela via da desistência do agressor, ou da dissuasão, pretender que ele saia ileso é ingenuidade, em nossa concepção de defesa eficaz.

É nossa postura institucional, pessoal e pedagógica, edificada sobre o ancestral e permanente princípio de que, ab origine, as lutas são inconvenientes negociações em que a vida ou a morte prevalecerão para um ou ambos dos lados; que o uso da força PODE e merece ser REGRESSIVO, na medida que o oponente se apresente mais ou menos danoso em potencial objetivo. E por potencial objetivo de dano queremos dizer que se o agressor está armado (mesmo que não tenha prenunciado o uso da arma), ou se o mesmo é mais forte (na aparência física ou em número), ele estará situado no nível extremo de repulsa, ou seja, apto a ser rechaçado com 100% de força letal. Se, por outro lado, se apresenta despejando uma chuva de insultos e bravatas, enquanto não progrida na agressão é considerado no baixo patamar de uso de força, ou de mera dissuasão. Ficou mais claro? Ótimo...

Quem treina “uma coisa que mata” certamente tem mais opções (não letais) do que quem só se aplica a aprender uma “coisa que não mata”. Lembre-se do noticiário e responda: Quem é que sai por aí matando por qualquer coisa, as pessoas treinadas ou as leigas com sua ferocidade natural? Quem sai mais por aí “fazendo merda” são as pessoas de boa conduta que têm artes e armas letais ou os “nervosinhos”, exaltados, “noiados”, “bebuns”, “frustrados”, “revoltados da vida”, baladeiros brigões, torcedores vândalos e outros tipos imbecis que há por aí com ou sem armas?

Reforçando: O treinamento de uma arte, ou de um conjunto de técnicas, sobretudo armadas, de natureza letal, não significa que sua natureza, pacífica e ordeira, será corrompida e transformada em algo selvagem, cruel e desumano. Significa que você vai adquirir um conhecimento que, sem dúvida, importará no aumento de seu poderio pessoal com benefícios e, por outro lado, exigirá mais responsabilidade e discernimento.


- VIII -
Uma palavrinha sobre armas ditas “não letais”.

Seria um sonho poder ter uma arma que detém, mas não machuca ninguém, não é? Existe uma que tem esse fantástico poder. No modo “atordoar” ele desmaia o alvo, que cai suavemente ao chão e depois acorda sem um arranhão. Quem é fã de Star Trek sabe, é o Phaser, aquela pistola de raios da galera da Enterprise. No modo letal, porém, o Phaser vaporiza até o CPF do agressor, sendo portanto uma arma 50% não letal e 100% fictícia.

Capitão Kirk já botou muitos inimigos para dormir com o Phaser no modo "atordoar"
No mundo real temos opções de armamento não letal que, por um no mínimo curioso entendimento por parte do Exército Brasileiro, é classificado para uso restrito (!). O mesmo que se dá com coletes de proteção balística; vai entender... Mesmo assim, vamos citar algumas armas “mais-ou-menos-não-letais-dependendo-do-uso”, ou “não letais”, porém sujeitas a imprevisibilidades que podem convidar a morte para o conflito. Vamos lá:

Taser – Você não pode ter esse tipo de arma, porque o Exército Brasileiro não deixa (talvez porque entendam que o uso civil pode dar início a um apocalipse zumbi). Trata-se de uma arma de choque elétrico que mostra um servição, pois costuma funcionar com êxito na maior parte das vezes, detendo sem necessariamente “letalizar” o alvo. De vez em quando o Taser não consegue derrubar alguns tipos de alvo, por motivos que são objetos de muitas indagações e especulações. E de vez em quando, também, o Taser conduz o alvo para o “lado de lá”, por provocar de falhas cardíacas e quedas com batida de cabeça. 

Há outros modelos com aparência menos alienígena, mas o que importa dizer é que essa bagaça funciona, mas é de uso restrito. Vai entender...


Stun Guns (Maquininhas de Choque) – Primas pobres do Taser, as Stun Guns são aquele tipo de arma não letal para o agressor, podendo ser letal para você, porque que vai o agressor puto por ter tomado um choque. Há quem diga que não, mas essas caixinhas elétricas são pura conversa fiada, pois prometem despejar no alvo a tensão de um raio com a amperagem de uma pilha palito. É um tal de 12.000 volts, 500.000 volts, 1.000.000 de volts pra cima e tome “poder”! E haja bizarrices no ramo das "poderosas armas de alta tensão": Lanternas que dão choque; bastões que dão choque; soco inglês que dá choque, dentre outras propostas "poderosas" das mais criativas. Saia fora dessa bagulheira!

Agora, para piorar as coisas e retirar de vez a credibilidade dessas "armas" de choque, imagine você agarrando o oponente para imobilizar e aplicando nele uma descarga com uma "arma" que dá um choque fortão. O que acontecerá? 

Mesmo que algumas sejam eficazes, não parece ser uma boa ideia usar essas engenhocas, por causa do eventual contato físico com o agressor...

Tão bizarro que nem comentaremos! Analise e chegue às próprias conclusões sobre este "poderoso" artefato. Saia fora dessas coisas loucas!

Lanterna que dá choque: Nem é uma stun gun de responsa, nem lanterna tática que preste. Aprenda a usar uma lanterna tática de verdade e esqueça essas coisas tronchas...



Spray de Gengibre – Já tivemos e testamos num “live action”. Não levamos em conta. Não comentamos. Não compramos mais.

Spray de Pimenta – Estes sim, fazem efeito. Existem uns com jato mais spray e outros com jato mais concentrado. Considere as condições ambientais antes de escolher um tipo ou outro de espargidor pois, suponhamos que você, esperando o semáforo abrir, sofra a abordagem de um maluco pedidndo “ajuda” com uma pedra, gargalo de garrafa, faca, ou na ameaça desamada mesmo. Você manda pimenta em spray e recebe metade de volta, pois está ventando… O jato concentrado, tipo esguicho, tem menos chance de se voltar contra você por força de fenômenos ambientais. 

Não letal, eficaz e funcional.


Caneta tática, dulo-dulo, soco Inglês (buku lima), blackjack – Como tudo que tem certa massa e serve para bater, a letalidade não é tão inerente à arma, mas ao modo de usá-la de maneira letal ou não. Essas armas causam danos consideráveis, mesmo que usados de forma não letal. Bons de ter e excelentes para uso com técnica correta. Saiba mais em "Um monstrinho para levar no bolso", texto em que tratamos dessas pequenas armas contundentes.

Escrever ou bater, eis a questão...

Dulo-dulo em um de seus inúmeros formatos e versões.


Mais versáteis do que a maioria imagina. 

Pequeno e pesado: Black jack em uma de suas várias versões. 

Lanterna Tática – Aí está uma coisa que a gente ama. A potência luminosa de uma “flash bang” (“bomba de efeito moral”) combinada com a rigidez de um dulo-dulo, faz da lanterna uma arma interessante. Considerada sob o aspecto da luminosidade fortíssima é uma típica arma não letal, muito eficiente, principalmente se a tática defensiva for a evasão. Muitas têm bordas em ressalto ou bisel, próprias para golpear o adversário, o que as torna semelhantes à caneta tática, ao dulo-dulo e outros instrumentos contundentes, podendo causar sérios danos. As lanternas táticas são de uma excelência ímpar quando usadas em conjunto com outra arma. Aí, letal ou não depende de você. 

Gostamos tanto dessa bagaça que temos e fazemos propaganda de graça do modelo. Há muitos fabricantes com produtos bacanas, que vale a pena conhecer.
Bastões (fixos ou retráteis), tonfas e outros porretes – Como as demais armas contundentes aqui relacionadas, podem se tornar facilmente letais, dependendo do uso, mas são das armas de impacto as com maior potencial de danos severos. 

Armas muito versáteis, eficazes e funcionais. Há para todos os gostos, necessidades e bolsos.

Tonfa... É.... Tem pra todo lado, né? Há quem goste...
Bastões podem nem sempre ser portáteis, mas vão do não letal ao letal. Até aquele fracassado do Negan andava com um porrete. Aqui em Minas Gerais chamamos de "pedadipau".


Chicote (em suas diversas versões) – Exceto o sjambok e aquele “açoite romano”, costuma ser doloroso e não letal, salvo se for aplicado como as antigas punições, que perduraram muito, como testemunha a história. Também, quem anda com um chicote por aí? 


Sjambok – Meio que chicote, meio que bastão, uma bagaça que pode ser ou não letal, mas que faz um estrago medonho onde acerta. O sjambok acelera muito com o movimento e contunde fortemente, podendo mesmo provocar lacerações. Quem anda com um? Eu ando, e dou a maior força pra quem quiser comprar um. 

Esse é da Cold Steel, feito em polímero. O sjambok é de origem africana e era feito de couro de hipopótamo. Era largamente usado na Africa do Sul, como arma para contenção de motins, nos tempos do tenebroso Apartheid.

Existe uma gama variada de armas “não letais”, algumas permitidas e outras não. Para nós importa mais que a técnica usada seja letal ou não letal, conforme dela se faça uso. Por isso achamos essa história de armamento não letal uma discussão que pode ser levada muito longe, pois como exemplificamos em alguns pontos deste pequeno texto, múltiplas e imprevisíveis variáveis podem agir durante o uso de armas ou técnicas inicialmente não letais, com efeitos colaterais indesejados, como a morte do oponente que deveria ser apenas controlado e contido.

Gostaríamos de falar sobre armas impróprias/improvisadas, pois é assunto que se encontra com o tema das coisas não letais, mas preferimos compartilhar esse conhecimento pessoalmente, nos treinos e cursos, pois temos uma abordagem bem interessante do assunto. A propósito, informamos que aqui, no Kali 1307, não gostamos desse negócio de “curso de armas improvisadas”, como aqui e ali se encontram oferecidos por “mestres reconhecidos por seu consagrado fodonismo”. Nós, não. Não somos mestres. Somos apenas uns jacus da roça, que não compactuam com esse tipo de comércio, por razões muitas, que não cabe declinar aqui. Mas, não se preocupem, pois na medida do possível, traremos para vocês conceitos bem úteis sobre o tema, para que as habilidades incomuns de vocês se expandam enriquecidas com vitaminas e sais minerais.

Até nossa próxima publicação, que será sobre as amadas (e viciantes) Lanternas Táticas.

Obrigado. Forte abraço. Deus os abençoe. Mabuhay!