segunda-feira, 1 de abril de 2024

Porque praticar Arnis Kali - Parte 2/3

Porque pessoas com diversidade de aptidões e condições físicas conseguem treinar sem problemas. Naturalmente, a prática de exercícios que melhorem a resistência e a força são sempre recomendados. E dentre as muitas perguntas que se possa fazer, destacamos duas neste texto:

Praticar Kali ajuda a emagrecer?

Se disséssemos simplesmente que “sim, emagrece” não estaríamos sendo honestos com quem deseja exercícios para queimar gordura, e não temos dúvidas de que muita gente iria querer aprender só por esse motivo. Nem por questões de marketing afirmaríamos tal coisa, pois não é absolutamente verdade, assim como não é verdade dizer que aoenas exercícios na academia garantem uma silhueta "fininha", sem um método exato e uma disciplina que tornem isso uma realidade. 

É claro que uma arte marcial ajuda bastante, pois as práticas aeróbicas se fazem muito presentes. Ou seja, a prática persistente e sistemática, aliada a exercícios orientados, dietas adequadas, acompanhamento profissional e disciplina de hábitos, é que realmente faz emagrecer de maneira saudável. Certamente, os exercícios do Kali [aeróbicos por excelência] podem dar uma mãozinha, com a vantagem de se aprender uma arte marcial que funciona plenamente para a vida toda, além do que, por desenvolver a disciplina e a excelência das aptidões individuais, o Kali acaba contribuindo num ponto importantíssimo quando o assunto é emagrecer, que é o fortalecimento da vontade! 


Grande parte de nossos exercícios (técnicos), conforme a duração e a intensidade gastam razoável quantidade de calorias, ajudando no propósito geral de redução de peso. Porém como dissemos acima, não se pode depender de uma única prática para emagrecer ou reduzir gorduras.



Porque praticar Arnis Kali - Parte 3/3


Existem torneios e competições? Eles fazem parte do currículo?

Isto também representa uma enorme variável no universo das FMA, pois há Escolas que valorizam as competições visando promover aspectos esportivos da arte, enquanto outras Escolas não consideram a competitividade como aspecto relevante. Ambas as perspectivas são igualmente válidas e amplamente discutíveis. 

Particularmente, consideramos que a natureza do Kali não é desportiva, motivo pelo qual não incentivamos tais atividades, pelo que, caro leitor, você [que talvez possa ser um entusiasta dos torneios de artes marciais] se pergunte qual seria razão. A resposta está ligada a alguns fatores simples, o primeiro deles histórico: o Kali é nascido da guerra, logo é uma arte voltada para situações reais de confronto. Outro motivo é que, para moldar-se a limitações e regras desportivas, uma arte marcial deve necessariamente se despir de algumas de suas características mais importantes, como ocorreu por exemplo com o Taekwon-do e o Karate-do, a fim de que pudessem ser admitidos como esportes olímpicos, coisa que não vemos com bons olhos quando se trata de artes marciais...

Acreditamos que tais adaptações esportivas, ao suprimirem técnicas e com isso a liberdade de ação do “competidor”, com o tempo acabam por determinar para ao praticante novos condicionamentos que se podem consolidar em restrições inconscientes no campo da ação. Limitações perigosas, que poderão ser muito prejudiciais e até fatais caso a arte tenha que ser invocada numa situação hostil de verdade. 

Ora, não cremos que seja adequado condicionar uma arte baseada na ideia de sobrevivência a comportamentos que acabarão por restringir as capacidades do aluno, conduzindo-o a deixar de ser um artista marcial, com pleno conhecimento de uma arte íntegra e integral, para se tornar alguém que tenha como foco de treinamento apenas determinadas técnicas desportivamente admitidas. 

Cabe, contudo, esclarecer que sim, costumamos promover lutas em nossos círculos de treinamento. Nunca para “provar” uma falsa, tola e imatura ideia de superioridade individual mas, essencialmente, para aprimorar a habilidade pessoal, para aplicar as técnicas aprendidas e estudadas, para desenvolver agilidade, para aprimorar os reflexos e a coordenação motora, para melhorar e beneficiar a condição física e aeróbica dos estudantes, para adestrar a mente e o corpo ao enfrentamento de tensões e para refinar a capacidade de tomar decisões em qualquer contexto. 

Enfim, a luta serve para ajudar no desenvolvimento global, inclusive no campo interno, o das Virtudes, pois nos “combates” o estudante pode conhecer melhor a si mesmo, identificando as próprias deficiências, aprendendo a superá-las, incorporando assim a humildade, o discernimento, a segurança, a paciência, a tolerância e a perseverança, tão necessárias ao enfrentamento das situações comuns à vida cotidiana. Ainda, cabe dizer que nossos “confrontos” são realizados com uso de equipamentos de proteção individual [EPI], sobretudo óculos e armamento adequado [bastões espumados, facas de material emborrachado ou espuma densa, luvas, etc]. Pode lutar sem susto, caro leitor!


No âmbito do K1307), ressaltamos, as práticas combativas permanecem voltadas exclusivamente para o aprimoramento geral dos estudantes. Nessas ocasiões que cada qual pode aplicar os conhecimentos adquiridos, perceber suas próprias dificuldades, corrigir falhas e “testar” as próprias habilidades, exercitando seu “espírito guerreiro” num clima saudável e descontraído, onde predomina a amizade.

Mabuhay!