segunda-feira, 1 de abril de 2024

Porque praticar Arnis Kali - Parte 2/3

Porque pessoas com diversidade de aptidões e condições físicas conseguem treinar sem problemas. Naturalmente, a prática de exercícios que melhorem a resistência e a força são sempre recomendados. E dentre as muitas perguntas que se possa fazer, destacamos duas neste texto:

Praticar Kali ajuda a emagrecer?

Se disséssemos simplesmente que “sim, emagrece” não estaríamos sendo honestos com quem deseja exercícios para queimar gordura, e não temos dúvidas de que muita gente iria querer aprender só por esse motivo. Nem por questões de marketing afirmaríamos tal coisa, pois não é absolutamente verdade, assim como não é verdade dizer que aoenas exercícios na academia garantem uma silhueta "fininha", sem um método exato e uma disciplina que tornem isso uma realidade. 

É claro que uma arte marcial ajuda bastante, pois as práticas aeróbicas se fazem muito presentes. Ou seja, a prática persistente e sistemática, aliada a exercícios orientados, dietas adequadas, acompanhamento profissional e disciplina de hábitos, é que realmente faz emagrecer de maneira saudável. Certamente, os exercícios do Kali [aeróbicos por excelência] podem dar uma mãozinha, com a vantagem de se aprender uma arte marcial que funciona plenamente para a vida toda, além do que, por desenvolver a disciplina e a excelência das aptidões individuais, o Kali acaba contribuindo num ponto importantíssimo quando o assunto é emagrecer, que é o fortalecimento da vontade! 


Grande parte de nossos exercícios (técnicos), conforme a duração e a intensidade gastam razoável quantidade de calorias, ajudando no propósito geral de redução de peso. Porém como dissemos acima, não se pode depender de uma única prática para emagrecer ou reduzir gorduras.



Porque praticar Arnis Kali - Parte 3/3


Existem torneios e competições? Eles fazem parte do currículo?

Isto também representa uma enorme variável no universo das FMA, pois há Escolas que valorizam as competições visando promover aspectos esportivos da arte, enquanto outras Escolas não consideram a competitividade como aspecto relevante. Ambas as perspectivas são igualmente válidas e amplamente discutíveis. 

Particularmente, consideramos que a natureza do Kali não é desportiva, motivo pelo qual não incentivamos tais atividades, pelo que, caro leitor, você [que talvez possa ser um entusiasta dos torneios de artes marciais] se pergunte qual seria razão. A resposta está ligada a alguns fatores simples, o primeiro deles histórico: o Kali é nascido da guerra, logo é uma arte voltada para situações reais de confronto. Outro motivo é que, para moldar-se a limitações e regras desportivas, uma arte marcial deve necessariamente se despir de algumas de suas características mais importantes, como ocorreu por exemplo com o Taekwon-do e o Karate-do, a fim de que pudessem ser admitidos como esportes olímpicos, coisa que não vemos com bons olhos quando se trata de artes marciais...

Acreditamos que tais adaptações esportivas, ao suprimirem técnicas e com isso a liberdade de ação do “competidor”, com o tempo acabam por determinar para ao praticante novos condicionamentos que se podem consolidar em restrições inconscientes no campo da ação. Limitações perigosas, que poderão ser muito prejudiciais e até fatais caso a arte tenha que ser invocada numa situação hostil de verdade. 

Ora, não cremos que seja adequado condicionar uma arte baseada na ideia de sobrevivência a comportamentos que acabarão por restringir as capacidades do aluno, conduzindo-o a deixar de ser um artista marcial, com pleno conhecimento de uma arte íntegra e integral, para se tornar alguém que tenha como foco de treinamento apenas determinadas técnicas desportivamente admitidas. 

Cabe, contudo, esclarecer que sim, costumamos promover lutas em nossos círculos de treinamento. Nunca para “provar” uma falsa, tola e imatura ideia de superioridade individual mas, essencialmente, para aprimorar a habilidade pessoal, para aplicar as técnicas aprendidas e estudadas, para desenvolver agilidade, para aprimorar os reflexos e a coordenação motora, para melhorar e beneficiar a condição física e aeróbica dos estudantes, para adestrar a mente e o corpo ao enfrentamento de tensões e para refinar a capacidade de tomar decisões em qualquer contexto. 

Enfim, a luta serve para ajudar no desenvolvimento global, inclusive no campo interno, o das Virtudes, pois nos “combates” o estudante pode conhecer melhor a si mesmo, identificando as próprias deficiências, aprendendo a superá-las, incorporando assim a humildade, o discernimento, a segurança, a paciência, a tolerância e a perseverança, tão necessárias ao enfrentamento das situações comuns à vida cotidiana. Ainda, cabe dizer que nossos “confrontos” são realizados com uso de equipamentos de proteção individual [EPI], sobretudo óculos e armamento adequado [bastões espumados, facas de material emborrachado ou espuma densa, luvas, etc]. Pode lutar sem susto, caro leitor!


No âmbito do K1307), ressaltamos, as práticas combativas permanecem voltadas exclusivamente para o aprimoramento geral dos estudantes. Nessas ocasiões que cada qual pode aplicar os conhecimentos adquiridos, perceber suas próprias dificuldades, corrigir falhas e “testar” as próprias habilidades, exercitando seu “espírito guerreiro” num clima saudável e descontraído, onde predomina a amizade.

Mabuhay!

domingo, 31 de março de 2024

Porque praticar Arnis Kali - Parte 1/3

Porque faz bem, porque é agradável, porque é diferente, porque é relativamente leve em termos de exigências físicas, porque é divertido e, acima disso, porque é útil, muito útil por sinal. 

O Arnis Kali, ou simplesmente Kali, pode salvar sua vida, não “virtualmente", nem com ilusões de "desabilitar o agressor preservando a incolumidade deste". Nada desse tipo de crença vazia e estúpida. Ora, se um agressor usa força contra nós, muitas vezes se valendo de armas comuns, como responder com uma força menor, reduzida, até desarmada, com o nobre (e suicida) intuito de preservar a integridade física dele? Ele vem com um facão para matar você e você, com teimosa convicção, resolve imobilizá-lo com uma chave de braço. Bom..., de vez em quando acontece e muito raramente dá certo, mas na esmagadora maioria das vezes termina com severos danos ou óbito do valente que acreditava poder resolver tudo na mão. Voltando ao assunto...

Arnis Kali, literalmente, faz a diferença entre continuar vivendo ou "mudar de endereço" diante de hostilidades, desde as mais comuns às mais extremas. Isto porque a natureza do Kali é ser uma arte cabal e terminativa, uma arte de combate real. E quando nos referimos à realidade em face de nossa amada arte, não estamos falando do "realismo" (troca insensata de porrada) dos treinamentos "de contato" que a tantos entusiasma; estamos nos referindo um panorama de eventos em níveis hospitalar ou funerário, pois sofrer o golpe de uma arma é muito mais real que treinar a pancadaria "realista" dos incautos e ingênuos.


Arnis Kali não é "defesa pessoal" e bem menos esporte. É tecnologia de pronta aplicação para "suprimir" um amplo espectro de agressores e desabilitar as mais variadas agressões, o que ressalta sua enorme utilidade para sobrevivência, preservação da própria integridade e proteção de terceiros, nestes tempos marcados por crescente e banal violência. 

Essas características fazem da magnífica arte algo único, quando aplicado à Defesa Pessoal. Por que? Porque o Kali confere excepcionais habilidades no domínio de uma ampla gama de "instrumentos" e, também, de técnicas desarmadas extremamente eficazes. Mas isso não significa que sua prática seja perigosa, arriscada, ou regada a violências e lesões. Nem significa que você se transformará em algum tipo de “máquina de matar”. Pelo contrário, o aprendizado é dos mais agradáveis, a prática é das que mais seguras que existem, e os estudantes se tornam mais tranquilos e equilibrados, uma vez que tomam plena consciência do próprio potencial e da crescente capacidade de autoproteção, aprofundando ainda sua compreensão da vida em seus valores mais preciosos. No mais, quem aprende uma arte letal por natureza conta com muito mais opções de ação e defesa, pois tem à sua disposição muito mais recursos para repelir injustas agressões. 


Poucos ambientes onde se pratica artes marciais são tão leves, descontraídos e divertidos quanto os círculos do Kali. Predominam a receptividade, a confiança, a união e o bom humor, mesmo em dias de treinos mais intensos. Em boa parcela, o clima ameno e fraterno se deve à natureza da arte, que não é voltada para a competitividade arraigada, que não pretende formar “campeões”, que não se preocupa com disputas do tipo “ganhar ou perder” para provar posições fugazes e inconsistentes diante dos outros. Não há espaço para o egocentrismo, nem para a autoafirmação insensata, nem para quem busque “descarregar” frustrações, raivas, ódios e outros venenos do espírito. 

Nossas organizações marciais, Kali 1307 e IAKA-MG, foram pensadas, antes de qualquer outra coisa, para o desenvolvimento humano em sua plenitude, em harmonia, saúde, equilíbrio, força e poder pessoal. 

Nossa Grande Arte carrega uma enorme responsabilidade, pois se origina da guerra. O Kali 1307 não comporta mentalidades turvadas por rancores, ódios, preconceitos e outras misérias da alma. O Arnis Kali representa o espírito guerreiro que habita em todos os que amam a Vida, a Verdade e buscam a felicidade em cada momento.

Mabuhay!


terça-feira, 19 de março de 2024

Alguns benefícios...

SITUANDO...

Aprender habilidades de autodefesa pode aumentar a confiança e promover a segurança pessoal em situações potencialmente perigosas. 

A banalização da violência e os crescentes ataques armados destacam a importância crítica da autodefesa. O aprendizado de técnicas efetivas, seja com instrumentos contundentes, lâminas ou habilidades de mãos vazias, pode oferecer uma camada adicional de proteção em um cenário cada vez mais imprevisível. A conscientização e preparo são essenciais para enfrentar desafios de segurança pessoal.


BENEFÍCIOS GERAIS

 As Artes Marciais Filipinas, como Arnis Kali (ou simplesmente Kali), Eskrima, etc, são conhecidas por integrar técnicas eficientes com armas e habilidades de mãos vazias. Seu foco na autodefesa prática torna essas disciplinas valiosas para pessoas de todas as idades. A diversidade de técnicas oferece uma abordagem abrangente, promovendo tanto a segurança quanto o desenvolvimento pessoal.


EXCELENTE PARA MULHERES 

O Arnis Kali apresenta vantagens específicas para as mulheres no contexto de autodefesa. Suas técnicas dinâmicas e ênfase na eficiência podem ser adaptadas para diferentes situações. Além disso, o treinamento no Arnis Kali promove o desenvolvimento da coordenação motora, agilidade e consciência situacional, proporcionando às mulheres ferramentas práticas para se protegerem. A abordagem holística dessas artes marciais filipinas oferece uma preparação abrangente.

As armas do Arnis Kali, como bastões e facas, podem oferecer vantagens significativas às mulheres em situações de autodefesa contra agressores mais fortes ou armados. O treinamento em Arnis Kali ensina técnicas eficientes para neutralizar ameaças, aproveitando o uso habilidoso dessas armas. Isso pode nivelar o campo de jogo e proporcionar uma camada adicional de segurança, permitindo que as mulheres se protejam, com maior confiança, mesmo em confrontos desiguais.


PODER PARA A PAZ

É comum haver equívocos sobre artes marciais filipinas. No entanto, a verdade é que o treinamento em Arnis Kali visa principalmente à autodefesa e ao desenvolvimento pessoal, não à promoção da violência indiscriminada. Essas práticas enfatizam a disciplina, o respeito e a consciência situacional. O objetivo é capacitar as pessoas a lidar com ameaças de maneira eficaz, jamais promover agressão descontrolada.

Mabuhay!


domingo, 7 de agosto de 2022

O que pesa é a massa.

Se é importante organizar lutadores esportivos por categorias de peso, não será menos importante para determinar o potencial de certas armas contundentes. Claro que há outros fatores, além da massa ("peso") que afetam a usabilidade da arma e que podem comprometer sua eficiência por dificuldade de manejo, por exemplo, peso adequado e comprimento excessivo para apenas uma das mãos, diâmetro excessivo, entalhes, grips e elementos de design que parecem ajudar, mas que pioram a ergonomia, etc. 

Em se tratando de bastões para uso com apenas uma das mãos, sejam retráteis, tonfas, bengalas, ou simples e toscos porretes improvisados, a massa ("peso") é o que mais importa para finalidades práticas, pois é o que determinará os efeitos da arma. Materiais são importantes, sim, porém o peso é que contribui para o impacto eficaz.

NÃO incentivamos a adoção de bastões leves demais, com massa insuficiente para causar danos minimamente incapacitantes, considerando um operador com características "medianas", ou seja com nenhum treinamento específico de força e que não possa ser definido como atleta, etc, etc.

- Ah, mas eu quero me defender sem impor danos ao agressor... (já ouvimos coisas desse tipo!)

Se você pensa assim e não quer admitir sequer o menor dos danos mínimos e relativamente controláveis, então para você só restam algumas opções: 

a) defender-se "na mão" e "desarmar" os atacantes; e derrubar na porrada quantos apareçam;

b) não se defender, afinal você pode machucar quem vem para te machucar;

c) contratar segurança que não tenha pudores em usar a força necessária contra quem venha agredir você;

d) mudar-se para outro planeta.

Dito isto. Cheguem às próprias conclusões.

Mabuhay!

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Massa = Quantidade de matéria de um corpo conforme uma unidade de medida 

Peso = Massa x Aceleração gravitacional (P = m.g)

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Mulher, talvez este assunto te interesse. Talvez, seja tudo besteira...

Dedicamos estes singelos pensamentos a todas as mulheres guerreiras, despertas, que não depositam sua felicidade em mãos alheias e muito menos sua segurança, que com Fé em Deus investem na própria capacidade e se fortalecem a cada dia, que caminham de cabeça erguida enfrentando os desafios desta vida.
 

 

"Ó crentes, não vos é permitido herdardes as mulheres contra a vontade delas, nem as atormentardes, com o fim de vos apoderardes de uma parte daquilo com que as tenhais dotado (...). E harmonizai-vos com elas, pois se as menosprezardes, estareis depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes."  
An-Nissá, versículo 19


CONTEXTOS DE COISAS CONFUSAS

Chega uma época na vida em que você, que vem humildemente trabalhando sem pretensões de “grandeza”, acorda e percebe que está com o saco cheio de um monte de coisas. E essa história de defesa pessoal é uma das que mais desafiam a paciência, pelos despautérios que produz, pelos egos inflamados que movimenta e pela disputa incessante (no mais das vezes velada) a respeito da pretensiosa superioridade de uma arte marcial em face de outra, pretensão essa que é cuidadosamente conduzida, não como esforço de afirmação técnica (o que por si só já é uma ideia estúpida), mas por simples razões mercadológicas. Sim, o objetivo é impressionar e vender o que, diante da violência de verdade, que dói, que é sangrenta, que cheira mal, que espalha desgraças e prejuízos, bem poderíamos chamar de “entulho marcial", pois se trata de fantasias travestidas de técnicas, aptas a produzir dinheiro para quem as propaga e pouco ou nada mais.

Expomos estes pensamentos para todos, mas os dedicamos em especial às mulheres, pois estas, quando começam a se interessar pelo tema da defesa pessoal, acabam confusas e correm o risco de caírem nas malhas de "especialistas" em "técnicas-fantásticas-de-defesa-que funcionam-mesmo" desde de que a pessoa que com eles "aprendeu" nunca as chegue a usar; e isso casa muito bem com um trabalho de marketing bem conduzido e ilustrado por demonstrações "fodonas" e cheias de firulas e malabares, que enchem os olhos dos mais desavisados. Isso no mundo dos incautos. Agora, se levarmos em conta a picaretagem profissional, a coisa fica ainda mais horrorosa ainda, levando-nos a pensar que muitos "mestraços" e uns tantos outros "taticudos" desses que há por aí são sócios de funerárias ou acionistas de hospitais. Enfim, este texto não começa de uma forma muito simpática, mas trata de uma questão preocupante que tem tudo a ver com o que dissemos nestas primeiras linhas.

Claro que, de raros em raros tempos algo realmente bom e positivo costuma surgir e surpreender a todos...

Não seremos muito polidos nos argumentos, que poderão parecer cínicos, irônicos ou, para quem gosta de se doer por tudo, preconceituosos. Mas isso é mera questão de aparência, estilo e um pouco de afronta a quem deseja que “tudo se resolva desde que não me envolva”. Para essa turma, que assim pensa, não há muito o que fazer. Recomendamos que continuem inertes, se alimentando de medo, mendigando respostas do Poder Público, enquanto se “empoderam” com alguma pseudo-solução inócua, do tipo que “garante proteção legal”, mas não impede que alguém seja convertido em cadáver.

Respeitamos e incentivamos o respeito ao Ordenamento Jurídico Brasileiro (inclusive nossa educação profissional é, antes, de operador do Direito), no entanto, forçoso é admitir que diplomas legais como “Maria da Penha”, a recriação do homicídio qualificado como “Feminicídio”, dentre outros dispositivos de pretenso combate à violência contra a mulher são reinvenções da roda, ou fracos paliativos (com penas pesadas pela lei material obstadas por muita leniência pela lei processual), ou malignos inibidores legais do direito sagrado à legítima defesa, seja esta armada ou desarmada, letal ou não (a exemplo do ridículo estatuto do desarmamento).

ALGUÉM DIGA QUE NADA DISTO PROCEDE...

A mulher, por imposição das circunstâncias violentas, sejam domésticas, sejam no meio social, deveria ser parte muito interessada em tudo o que seja importante para a preservação da própria integridade, ou da família. Negar isso é desleixo e estupidez, como estúpido é crer que alguma dessas leis possa lhe resguardar o corpo contra tiros, facadas, espancamentos, estupros e outras violências, que a despeito da proteção legal (póstuma) só fazem aumentar as estatísticas e até inspiram outros agressores, afinal - pensam eles - "não vai dar nada pra mim"; e neste país estão cobertos de razão. A lei contém sanções, castigos, virtualmente aplicáveis depois que o estrago está feito. Impedir, rechaçar, desmobilizar a violência é dever próprio em primeiro lugar, pois, malgrado os tremendos esforços das forças de segurança pública para atender as inúmeras solicitações que recebem, a primeira instância da defesa é quem se encontra sob grave ameaça ou injusta agressão atual ou iminente.

O assunto "defesa pessoal para mulheres" é algo realmente tenebroso, pois na maioria das vezes é tratado (por muitos “especialistas” em combate da Internet) com falsas perspectivas, dando a entender que tudo é fácil e factível para todos, demonstrando a “facilidade” de execução de técnicas “geniais” com uma superficialidade amena que chega a ser verdadeiro insulto à inteligência. Vídeos repletos de dinamismo, manobras “poderosas” e cheias de floreios insinuam a superioridade de quem aprenda com as “autoridades do vídeo”. A mulher, no meio de tantas defesas “incríveis” e, literalmente, inacreditáveis, se vê induzida a comprar tais "maravilhas", sem perceber que, no final, o que restará do "pacote de maravilhas" será o de sempre: dedo no olho, chute nos genitais, pancada na traqueia, tapa no ouvido, cotoveladas, sem perceber que o mais que está sendo vendido são ilusões, sustentadas sobre a ideia subjacente de que a mulher é irremediavelmente fraca, débil, frágil, incapaz de se proteger efetivamente. Mulher, você pode não acreditar, mas essas coisas permanecem as mesmas porque prevalece a silenciosa a ideia de que “isso a mulher da conta de fazer”. Percebe, mulher, o sutil julgamento negativo e a subestimação que pairam silentes sobre sua cabeça?




Que fique claro que não somos contra tais técnicas (dedo no olho, chute nos genitais, etc) tanto que as temos em nosso cabedal e lhes atestamos a eficácia. O que tachamos como “ilusão” é ensinar a mulher a fazer manobras sem considerar que o agressor, o ladrão, o estuprador, ou qualquer tipo de malfeitor não é nenhuma uma múmia, que fica parada, nem uma tartaruga, que se move de maneira a ser facilmente atingido por técnicas “incríveis”. Normalmente, costumam ser ferozes, espertos e fortes o suficiente para alcançarem seus sórdidos objetivos, sem falar nas armas que podem trazer consigo em pronta condição de uso. Considere, ainda, que as drogas, a cachaça e o ódio, que podem estar circulando no organismo de quem investe contra você, contribuem para aumentar a disposição para atacar.

E por falar em disposição e força, é bom lembrar que boa parte das mulheres, considerando apenas as que praticam exercícios, quando o assunto é aumentar a força física (especialmente dos membros superiores) foge e despeja um milhão de desculpas e preconceitos para tentar justificar o que, no fundo, não passa de uma certa dose de má-vontade. Pode negar, pode argumentar, pode contestar, mas é isso mesmo. Ir para a academia para “tonificar” o bumbum, treinar com minúsculos pesos cor de rosa, focar o treino nas pernas com finalidades estéticas parece ser o centro das preocupações. Ficar "gostosa" e tirar fotos na frente do espelho concretiza para muitas aquele bordão furado que diz: "persiga seu objetivos". Seria para rir se não tivesse cheiro de tragédia. Então, aquele treinão pesado que fortalece, nem pensar. A propósito, uma das desculpas bem comuns dessa rejeição costuma ser: "eu não quero ficar masculinizada". Ora, se o problema for este, pergunte a um médico do esporte, a um endocrinologista, a um profissional de educação física, sobre o porquê de, mesmo se você levantar mil toneladas por dia, você não vai ficar parecida com uma fisiculturista. Treinando pesado você vai ficar mais forte, sem dúvida vai virar uma "cavala" de tão forte, mas o mix de hormônios naturais da mulher a impede de virar uma bodybuilder apenas com exercícios e dieta corretos. Chega de desculpas, vá treinar para ficar fortona! 



DEFESA CONTRA MEROS BABACAS E FOLGADOS QUASE INOFENSIVOS

Outro "detalhezinho" para pensar, quando o assunto é defesa pessoal para a mulher: Será mesmo que quase todos os agressores são indivíduos que apenas puxam pelo braço, empurram, agarram, esganam, puxam cabelos, ou batem de mãos vazias? 

Parece que sim, pois boa parte dos cursos de "defesa pessoal feminina" têm fixação de ensinar técnicas "ótimas" para lidar com indivíduos que atacam "de leve"; daí a predominância de dedo no olho, chute no saco e outras técnicas que reduzem o espectro da violência contra a mulher a um plano imaginário onde os malfeitores são feitos de casca de ovo ou de papel, que cedem a qualquer ataque, levando-a a acreditar que "agora ela sabe se defender". Dificilmente se encontra quem treine a mulher para se proteger e rechaçar, mesmo chegando às últimas consequências, ataques de tipos violentos pra valer, assassinos, insanos, egomaníacos, que descem a porrada até triturar o corpo, que batem com objetos, que vêm para dar facadas, tiros, cárcere privado, torturas...

Imagine: Você, mulher, deu um chute nas partes baixas e acertou com os dedos um dos olhos do agressor ensandecido, que continua avançando com uma faca, mesmo sem enxergar direito. Mas, não era para ele parar? O que fazer se ele não parou? Pense; imagine-se nessa situação. Ah, sim, quase nos esquecemos de mencionar as agressões executadas por outras mulheres. Você acha mesmo que todas as brigas de mulher são feitas apenas de agarrões, empurrões, esganaduras sem pressão e puxões de cabelo?

Voltando ao tema, o fato é que as mulheres, quase que invariavelmente, suportam (iradas, feridas e magoadas) toda sorte de resultados nefastos da violência moral e física, arquivando em si, em boa parcela dos casos, traumas e cicatrizes incuráveis, muitas vezes habilmente ocultadas na sequência da vida. Muitas, se consultadas, caso ousassem abrir seus corações, diriam a verdade sobre o que as atingiu, porém, no mais das vezes, ocultam, fingem que está tudo bem e seguem em frente com a indelével marca interior (e muitas vezes exterior) da violência sofrida. Outras, depois de se tornarem vítimas sobreviventes, por desampro e ignorância, muitas vezes aderem a "soluções" das mais falsídicas e inoperantes, que nada podem resolver, como  o onírico, vazio e imaginário "empoderamento", para se sentirem protegidas, “sólidas”, respeitadas e até destemidas, como se nisso ensaiassem uma desforra contra o mal sofrido. Embarcam nessa, seguem a onda, e nem pensam (ou não percebem) que tal pretensão, no tocante à preservação da própria integridade emocional, psicológica e, sobretudo, física é ilusória, falsa. Afinal, "empoderar-se" é, no fim das contas, firmar-se sobre o poder de outrem, de quem o exerça de fato e de direito. Salvo em alguns aspectos jurídicos, quem é “empoderado” normalmente não tem poder algum, pois pouco ou nada tem de próprio, no que deveria ser seu original e inalienável poderio pessoal, primeiro construído por esforço e mérito próprio (com o desenvolvimento da aptidão de se defender), depois amparado pela lei sob o instituto da Legítima Defesa.


Apoio psicológico pode ser um valioso recurso, na tentativa de atenuar as sequelas de uma agressão.


OS "ENFRENTAMENTOS" NA BASE DO "BLÁ-BLÁ-BLÁ"

O dito "empderamento" (aludido acima) faz partre de um circuito perverso de controle social, na pior acepção do termo, que abriga, também, "soluções" representadas por iniciativas e programas de "enfrentamento", de natureza mais política e ideológica que real, que não passam de rodas de debate improfícuo e de "problematizações" (entenda-se esta expressão por idiotice), "diálogo permanente", dentre outras tapeações que nada resolvem, servindo apenas para disseminar o medo e implantar o conformismo doentio nas mentes das mulheres. Na prática, tudo isso é debilidade ornada de ilusões e construída sobre sentimentos de impotência, raiva e frustração. Ora, numa sociedade que padece dos mais elementares valores de respeito, educação e amor ao próximo esperar que o "império da lei" se estabeleça é querer demais, pois as forças arraigadas e ancestrais do egoísmo e da mais solene ignorância cravejada de crueldade preferem desafiar a pretensão punitiva estatal e a arrogância de tribunais pomposos, grandiloquentes, porém subjugados e reduzidos por imposição de estatutos legais lenientes. Neste país a lei não logra prevenir, ela chega apenas (quando muito) em sua forma punitiva, pousando sua força sobre cadáveres, corpos violados, ou rostos desfigurados. 

É direito e necessidade de todos, especialmente das mulheres, o exercício da autodefesa, por todos os meios que houver.



Somos cultores e incentivadores de artes de combate não-esportivas, construídas no correr de longo tempo sob a premissa de que os confrontos violentos não devem se prolongar, mas devem ser finalizados com brevidade e eficiência. Isso implica em atuar sobre o agressor de forma a extinguir sua ação, mesmo que isso signifique extinguir o próprio autor da violência. “Mas isso também é violência”, pode-se pensar. Não, isso é uso legítimo de força, contra quem usa a própria força para VIOLAR, DESRESPEITAR, ATACAR, ATENTAR CONTRA o básico e sagrado direito à vida e à incolumidade física de outrem.

Os aspectos legais, acima aludidos, diante de tais situações continuam a ser os mesmos, gerais e abstratos, sem a menor serventia no calor dos acontecimentos. Quando o pau quebra se reduzem a nada. Que mulher, em sã consciência, calcularia a extensão das próprias ações, para por fim a um estupro, a um espancamento, a uma morte iminente? Será racional, humano, ou apenas possível lembrar ao agressor, num momento crítico, que apenas o Estado é quem pode usar a força? Deveria ela explicar ao espancador que ele está sujeito a ir para a cadeia? Será que ela se livraria se oferecesse um bom emprego ao marginal drogado? E se o estuprador fosse um "menor", ela se conformaria tranquila, porque legalmente "não pode fazer nada a respeito"? Claro que não.

O MISTÉRIO DO DESINTERESSE

O que ocorre nas mentes femininas, que as leva a repelir a ideia de desenvolver suas próprias forças e habilidades, para se tornarem aptas a lidar com a violência que as assombra? Além da tal “acomodação”, diversas hipóteses e possibilidades podem ser levantadas para ilustrar os prováveis os motivos dessa inércia da mulher diante da necessidade de melhorar seu poder de autoproteção. A educação pode estar na base desse desserviço prestado às mulheres. Em sua formação pessoal, desde pequenas são ensinadas a distinguir "coisas de homem" das coisas que lhes seriam próprias; "delicadeza", como se esta não fosse uma virtude de homem também; "ter medo", conformando-se com suas características físicas (o fantasma da "fragilidade" herdado das gerações passadas); temor de "se machucar", ou da dor, se resolver aprender a lutar; receio de se tornarem "masculinizadas" em exercícios que desenvolvem força e consistência corporal; dependência emocional (embora o discurso seja outro); confiança excessiva nas habilidades de convencimento e "sedução" em face do sexo masculino (em momentos de paz, pelo menos); "orgulho de gênero" e um oculto sentimento de inferioridade (aprender a lutar tem que lidar com homens, "competir" com homens), etc, etc, etc. O que será...?

A crença na imagem e no "papel social" que supõem estar destinadas a desempenhar, também ajuda a inibir as mulheres quando o assunto é se fortalecerem contra a violência ("o que vão pensar de mim?"). Já ouvi uma ou outra dizer que mulher que sabe lutar, atirar, ou que é forte "assusta os homens" e pode dificultar um eventual relacionamento... Ora, que ideia idiota! Isso dá a entender que ela vive em função da opinião que possa vir a ter seu eventual "príncipe encantado". Ora, onde fica aquela história de "autoestima", de "me aceitar como sou" e outras tantas afirmações? Muitas, de fato, vivem através de imagens. Mas o que tem uma coisa a ver com outra? Você é obtusa a ponto de não saber mostrar a um homem que pode confiar em você? Ou não se preocupa consigo mesma, a ponto de ser a "florzinha frágil e inofensiva", apenas para ser aprovada? O que quer que seja, isso não é motivo para viver sobre o equilíbrio fraco e tenso que abriga quem não sabe sequer como se proteger. Acreditamos que haja homens que realmente não têm interesse em mulheres que saibam se defender. Alguns, justamente, por estarem interessados em mulheres que eles possam dominar física ou psicologicamente.




DOMÍNIO DOS EXTREMOS

Você pode pensar que nós queremos que as mulheres se transformem em "máquinas de matar". Não é bem assim. O ponto é: Quem aprende a dominar extremos também aprende a moderação, pois aprende a discernir e dosar a aplicação da força, progressiva ou regressivamente, conforme a necessidade.

Não doutrinamos que as mulheres saiam por aí agredindo e tocando terror, mas que adquiram uma capacidade real de defesa própria, equilíbrio emocional e determinação em preservar por si mesmas sua integridade. Isso é, antes de tudo, uma educação específica e de grande importância. Mulheres que são militares, policiais, seguranças particulares ou lutadoras de artes marciais compreendem bem o que estamos falando. Não se trata de deformar a encantadora natureza feminina, mas de adicionar a essa um poder concreto, real, pessoal, ao qual a mulher pode recorrer nos momentos mais perigosos, seja para se proteger, seja para se impor com mais segurança (caso a situação exija, como no caso das profissionais da segurança pública e privada).

Mas, o que aprender? Bom, como dissemos no início do texto, somos adeptos de artes de natureza fundamentalmente letal, notadamente artes marciais filipinas (Arnis Kali). Pensando em situações extremas, não advogamos o "aprenda qualquer arte marcial para se defender", pois algumas se concentram em aspectos desportivos e, mesmo que ensinem disciplinas de defesa pessoal, não seriam as escolhas mais adequadas para os fins aqui declinados; outras mobilizam muitos recursos sobre um único adversário e promovem excessiva vulnerabilidade; outras, por filosofia, pretendem “apenas desmobilizar o agressor preservando sua integridade" (!), como naquela velha e furada tese do “atire na perna”. Nesta última hipótese, bastaria pedir de forma educada e ele desistiria de atacar, embora a realiade nos ensine que o malfeitor deve ser "desmobilizado" independentemente de sua vontade, ainda que venha a tombar.

Todas as artes marciais são excelentes dentro de seus objetivos; respeitamos e amamos profundamente a todas, mas o assunto aqui é bem demarcado e encontra eco mais forte naquelas que se destinam às circunstâncias de vida ou morte, nada tendo a ver com as competitivas, esportivas, engajadas no business, ou meramente filosóficas.

E, para que não nos venham com "polêmicas" e palpites baseados em "achologia", reforçamos: 1) amamos e respeitamos todas as legítimas artes marciais; 2) NÃO somos uma "escola de assassinos"; ao contrário, ressaltamos o valor da Paz Consciente, pelo valor que ela revela em vivê-la plenamente; 3) não consideramos válidos argumentos do tipo “também” (“também serve para defesa pessoal”). 4) e não nos dispomos a “provar” a eficácia das artes que professamos, por razões óbvias. Dito isso, continuemos...

Nosso empenho e argumentos para "botar pilha" nas mulheres, para que façam algo por si, e para que venham conhecer o Kali, contempla vários aspectos lógicos, morais, filosóficos e até espirituais, porém, todos práticos! Dentre os motivos mais objetivos temos: o uso de armas e a ação desarmada contra tudo o que sustente as funções vitais e motoras do oponente. 

Aí vem outro espanto: "Armas? Tenho horror a armas!" Tudo bem… Mas o que a moça talvez não perceba é que ela mesma utiliza no dia a dia instrumentos que, de nossa perspectiva, são armas. Por acaso alguém corta alimentos com almofadas? Vê? Contudo, não se restringem às lâminas as armas legais de que se possa dispor. Há uma vasta gama de apetrechos que, na hora do sufoco, se bem usadas podem facilmente suplantar (e superar) as diferenças físicas entre agredida e agressor. Não incluímos aqui revólveres e pistolas porque estão sujeitos a regime legal diferenciado e demandam treinamento próprio. Ah, sim, quanto ao uso das mãos vazias, as habilidades desenvolvidas visam causar o maior dano possível, de imediato, para terminar o confronto, ou abrir campo para a evasão, ou para o subsequente uso de uma arma, conforme as exigências dao conflito.

Tenho horror a armas! Já viu as facas de cozinha fantásticas que tenho em casa?


"Mas eu já fiz cursos de defesa pessoal, e ainda assim não me sinto segura", pode-se argumentar. Bom, temos que considerar alguns aspectos: Primeiro, a almejada segurança, que é apenas uma sensação. Certa vez ouvimos de alguém muito sábio e experimentado na vida que A Segurança não é algo que existe neste mundo. Buscamos "segurança" material, física, financeira, profissional, etc. E nada disso nos faz mais seguros diante da vida. Cada setor da vida exige um patamar de segurança, que é volátil, e que demanda trabalho constante para conservar e melhorar. Quanto aos cursos de defesa pessoal, não desdenhamos nenhum que contenha ensinamentos legítimos de uma legítima arte combativa. Porém existe uma grande diferença entre colecionar técnicas mil e submeter-se a uma educação continuada numa arte de combate. O melhor é aderir e se educar por completo, pois, como temos nas nossas doutrinas: o que mais importa é construir em si uma segunda natureza, de uma pessoa comum que adquire habilidades incomuns.

Uma mulher sonha com as coisas mais nobres neste mundo. Ser independente (em todos os aspectos), constituir família, ser mãe, ser empreendedora, prosperar em tudo, ser feliz. Como pode, então, desdenhar do poder de proteger a si mesma, aos filhos, ao companheiro/marido, caso se veja obrigada a tal? Ora, ela pode estar num ambiente comum e social onde pairem o assédio e a potencial agressão; pode ser que seus filhos sejam pequenos e indefesos; pode ser que o marido esteja ausente ou enfermo, dentre outras mil possibilidades. Como não saber lidar com a violência (que rogamos a Deus nunca atingi-la)? O que fazer em casos extremos? Gritar? Chamar a polícia na madrugada com o agressor em ação? Invocar o "empoderamento" e o diálogo, explicando seus direitos? Chorar e pedir clemência a quem não tem a menor consideração e respeito pela vida alheia? Correr de salto alto? O que fazer se você está "vendida"? Não há opção, não é mesmo...? A não ser combater com tudo! Medidas passivas e preventivas são bastante válidas, mas não cobrem todo o espectro da autoproteção. São ótimas quando não há nada de ruim acontecendo, e só.

Vivemos "evangelizando" as mulheres e insistindo para que aprendam a combater para valer porque somos uma irmandade marcial constituída de homens e mulheres de paz, com plena consciência de que o potencial humano merece ser desenvolvido em todos os aspectos benéficos que possa alcançar. Desenvolver as próprias capacidades, com empenho, honradez e integridade moral faz parte de tudo isso.

Para encerrar, fica a pergunta: O que ensinamos e qual nossa postura exata em relação ao treinamento das mulheres no Kali? Essa questão nos reservamos a responder pessoalmente e apenas pessoalmente. A melhor resposta é uma positiva experiência...

Até a próxima!

Mabuhay!

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PS - Porcarias, brinquedos, e outras tranqueiras inúteis oferecidas no comércio a título de "armas de defesa passoal" para mulheres.



Não serve para descascar uma laranja direito. Vai servir para deter um agressor?


Alarmes portáteis que ajudaram a acabar com a violência contra a mulher noutros planetas.

Mais um produto de uma imprestável indústria de "defesa pessoal" feminina. Passe longe!


Conceito ridículo, propaganda ridícula, equipamento ridículo e até um tarado ridículo.
















sexta-feira, 30 de abril de 2021

Modern Arnis em Minas Gerais - Iniciativa pioneira

ARNIS, KALI, ESKRIMA

Desde seu início, que remonta ao ancestral Núcleo Jaraguá (por volta do ano de 2007), até sua constituição atual (configurada em 2015), o Kali 1307 vem evoluindo sob a proposta de ser uma plataforma aberta ao conhecimento integral das genuínas e reconhecidas Escolas e Sistemas de Filipino Martial Arts (FMA).

A semente de tudo foi o chamado Sina Tirsia Wali, sistema compacto e controverso em suas repercussões, amado por muitos e odiado por outros tantos. Depois, veio o Pekiti Tirsia e, com este, influências fortes o bastante para pautar positivamente a filosofia, a abordagem técnica e as práticas desenvolvidas no seio do Kali 1307, contribuindo de maneira decisiva para a formação de nossa "personalidade marcial".

O Kali 1307 foi concebido para evoluir, mas não como uma compilação de sistemas FMA, e sim como um arcabouço de "arquiteturas completas" por assim dizer. Podemos, então, com toda tranquilidade e propriedade afirmar que somos Pekiti Tirsia e em breve seremos Modern Arnis...

Sim. Isso mesmo. O Kali 1307 se encontra em franco processo de adesão e associação ao famoso e proeminente Modern Arnis, numa inédita aliança celebrada com a IAKA - International Arnis Kali Association, capitaneada pelo Mestre Alessandro Lucas.

Mestre Alessandro Lucas


ANTES QUE NOS VENHAM PERGUNTAR...

Antes de adentrar ao tema é necessário esclarecer que as Artes Marciais Filipinas (FMA) em seu âmago se constituem de um arcabouço técnico comum a todas as Escolas, Sistemas, ou Estilos (como muitos gostam de chamar). O que faz a diferença e empresta um perfil típico, uma personalidade, um colorido prórpio a cada vertente é a maneira como cada qual escola "costura" esses mesmos fundamentos e os desenvolve. 

As denominações, em muitos casos, surgem dessa multiplicidade; noutros casos surgem por motivos vários, dentre eles cisões e divergências. Arnis, Kali, Eskrima são as nomenclaturas mais conhecidas das FMA; as distinções entre um nome e outro, embora muitos "expliquem" que seu sistema é mais "uma coisa e não outra", não provam, nem demarcam a superioridade de uma vertente sobre a outra, como pretendem alguns por motivos que vão de expectativas mercadológicas a mero ego inflamado. Na verdade, nenhuma Escola FMA legítima trai a natureza da arte, que na poeira dos tempos imemoriais nasceu da guerra e leva consigo conhecimentos valiosíssimos.

Arnis, Kali, Eskrima... Facetas polidas de um mesmo diamante.


BREVES NOTAS* SOBRE O MODERN ARNIS

Desde os registros mais antigos, os Filipinos sempre foram considerados espadachins habilidosos. A luta de espada era tanto uma arte quanto uma necessidade, protegendo o povo ancestral contra invasores que queriam conquistar as belas ilhas. Este estilo de lutar tornou-se conhecido como uma poderosa arma, durante o regime espanhol, sendo denominado mais tarde como Arnis/Kail/Eskrima, sendo praticado principalmente para a auto-defesa dos substituiu a espada, emergindo na forma de um longo bastão de madeira, chamado de Arnis.  

Nascido de uma longa tradição marcial, o Mestre Remy Amador Presas fundou o sistema Modern Arnis em 1957, em sua cidade natal de Hinigaran, Negros Occidental, no centro das Filipinas. Em 1972, ele criou a Modern Arnis Federation of the Philippines, antes de partir para promover globalmente a arte do Arnis. Considerado o pai do Modern Arnis e o embaixador das Artes Marciais Filipinas (FMA) nos EUA, Remy desenvolveu a International Modern Arnis Federation, em Junho de 1991 e recebeu o prêmio Hall of Fame pela terceira vez. 

Nos Estados Unidos, a arte do Arnis ganhou grande reconhecimento, sendo a arte marcial escolhida por militares e policiais. O Arnis foi adotado por forças policiais americanas para treinamento de habilidades e aplicação da lei. Devido aos seus distintos movimentos e aplicabilidades, um praticante de Arnis, comumente chamado de Arnisador, pode facilmente escapar de muitas formas de ataques na rua. Remy dedicou-se muito a divulgar a arte do Arnis também na Europa, onde promoveu com sucesso dois festivais de FMA. 

Os princípios e conceitos do Arnis podem ser aplicado,s mesmo se a única coisa que você tiver em mãos for o seu celular, bolsa, guarda-chuva ou chaves, ou ainda, podem ser aplicados de mãos vazias. O conhecimento das técnicas podem ser muito úteis em nosso dia-a-dia, não apenas como uma forma de defesa pessoal, mas também, como um excelente exercício para estimular os movimentos do corpo e promover a saúde.

Outro ponto que merece destaque é o fato de que se trata de arte reconhecida pelo Estado Filipino como Arte Marcial Nacional, patrimônio cultural das Filipinas.

Mestre Remy Presas

IAKA - INTERNATIONAL ARNIS KALI ASSOCIATION*

A International Arnis Kali Association de FMA foi fundada em 2012 pelo Mestre Alessandro Lucas Souza, atual presidente. Guro Alessandro vive em Porto Alegre/RS - Brasil, onde ensina e pratica no Bothan central da IAKA. 

A International Arnis Kali Association é mais do que um método, conceito ou estilo, é um sistema completo que, atualmente, está difundido em várias regiões do Brasil, bem como, Uruguay, Equador, Argentina, Chile e China. Entretanto, para que a arte marcial filipina conquiste seu merecido lugar no Brasil, é  necessária a união de todos os praticantes. No Brasil, Mestre Lucas já formou diversas turmas de instrutores, compostas por muitos Guros faixas pretas, já tendo definido o novo Curso de Formação de Instrutores de Arnis Kali, para faixas pretas de outras artes, além das aulas normais para iniciantes em várias cidades, agregando conhecimento e técnicas eficazes e realísticas para uso nos dias atuais. Mestre Lucas deseja, com espírito de união e harmonia, poder fazer do Arnis Kali, uma arte de excelência não apenas no Rio Grande do Sul, mas no Brasil e no Mundo.


Mestre Lucas possui extenso treinamento Militar, sendo reconhecido e referenciado internacionalmente, já tendo treinado diversas unidades policiais e militares no Brasil e em mais de 10 países, com programas de treinamentos táticos, defesa pessoal policial, bem como sobrevivência e combate com facas. 

Sendo policial militar há mais de 28 anos, Mestre Lucas já treinou diversas unidades especiais, bem como tropas convencionais, recebendo relatos de vários policiais que tiveram suas vidas salvas, ou foram capazes de salvar a vida de outrem, por conta das técnicas adaptadas das artes marciais ensinadas pelo mesmo. Mestre Lucas sente-se muito gratificado, por entender que conseguiu transferir conhecimentos dos guerreiros antepassados aos guerreiros contemporâneos, os quais, assim como ele, reconhecem o valor e a importância da prática das artes marciais. 







quarta-feira, 3 de junho de 2020

Kali e condicionamento físico

Este texto, com poucos ajustes na forma, se trata de uma postagem do autor no grupo WhatsApp do Kali 1307. Em resposta a um dos membros, o amigo Aluísio, que além de ser um dos veteranos no ensino e difusão do Kali em nosso Estado é profissional de Educação Física de alto nível, com sólida formação e especialização em Crossfit.



Kali e condicionamento físico – Breves Notas

Guro Aluísio Cruz – Sagarana Kali


Em anos de treino de Kali e outras artes marciais, percebi que o condicionamento físico é essencial para a nossa arte marcial, falo como um todo!

Já assistiram vídeos do Grand Tuhon Leo Gage ou do Guro Dan Inosanto? Pois bem, os dois gozam de plena forma física com mais de 80 anos de idade e são funcionalmente bem condicionados, rápidos e extremamente fortes. Tudo isso porque, além de treinarem a parte técnica fazem muito bem o dever de casa, ou seja, o treino solo, sem duplas ou sem estar em meio à tribo ou grupo. Não estou dizendo para fazer atividade física, ou exercícios, sem orientação ou prescrição de um profissional, mas sim para trabalharmos nossos próprios padrões de movimento, que que nosso organismo já está habituado a fazer.

Como o Crafty Dog Marc Denny uma vez me disse pessoalmente, e o Tuhon Jared Wihongi reforçou outrora, nosso treinamento deve ter os 3F’s, Fun, Functional and Fitness. Descontraído ou divertido, tem que funcionar bem, e deve prover condicionamento, pelo menos o mínimo.

Em aulas de 60 minutos é pouco provável que você consiga desenvolver as partes técnica e física juntos, eficientemente, pois o cansaço atrapalha o aprendizado técnico, e o técnico demanda de tempo para se desenvolver. Em treinos de 90 minutos a parte física já pode ajudar em alguma forma.

Atividades extras Kali, indico fortemente a natação, musculação e depois o crossfit. Se você tiver um box de confiança, vá direto para o crossfit, pois ele completa em grau número e gênero todas as capacidades necessárias para um eficiente condicionamento físico.



Agora, se você quer melhorar o condicionamento físico no Kali, aí temos várias formas seguras de se praticar até mesmo em casa.

Protocolos que utilizo em meus treinos e treinos de meus alunos de personal fight:

*Treine combate em sobra (sem sparring) de 2 à 3 vezes por semana 
*Treine carenza no mínimo 3 vezes por semana (escolha solo baston, doble baston, malayo sibat e daga)
*Aprenda a respirar direito
*Abaixe o consumo de açúcar
*Mantenha-se sempre hidratado.
*Melhore a qualidade do seu sono.

Lembre-se de uma das filosofias do Pekiti Tirsia Kali: “Acreditamos na saúde e não na doença.” E para sermos eficientes devemos melhorar e desenvolver sempre as cinco principais capacidades do Pekiti: speed, power, timing, precision and accuracy.



Se quiserem posso postar pequenos protocolos que uso para melhorar o meu e os dos meu alunos de Kali.

Fora isso, sugiro que você procure um profissional capacitado e habilitado para ministrar um programa de treino específico.

“Nas artes marciais, o segredo não é nada místico ou mágico, porque todas as artes marciais são técnicas físicas, é execução física, você pode ter isso, pode ter o conhecimento, mas, a menos que o aplique fisicamente, treine o desenvolvimento físico, sem isso o conhecimento é inútil, ainda é um exercício físico e você deve treinar e desenvolver ativamente para que você tenha o alcance adequado, o tempo para os adequado, os principais atributos ou a eficácia de qualquer arte marcial.”
 - Tim Waid - 

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Segredos milenares, de mais de mil anos, e mais do que mortais, sobre os pontos vulneráveis do corpo humano, cujo conhecimento pode tornar alguém ainda mais invencível do que um “inderrotável” samurai ou viking de rede social.


Cuidado e muita atenção ao ler este texto, pois ele faz referência a fontes fictícias verdadeiras, mas do conteúdo total há algo que se aproveite. Boa leitura!

“Na dinastia Xing-Ling, mestre Ku-shai Xang durante um intenso combate, num só golpe, usando os dedos indicador e mindinho atingiu a clavícula do general Chou Teipun, que o mandou direto para a sepultura, onde caiu só o esqueleto do mesmo, pois a sanha furibunda do mestre, concentrada em um único e lendário ataque lhe arrancou a carne dos ossos. Cinco mil anos depois, já na Roma dos Césares, o inesquecível acontecimento foi analisado por cientistas que conseguiram desvendar seu mecanismo. O responsável pela pesquisa, Dr. Robert Áinstain, disse que o golpe do antigo mestre deveria ter liberado a energia de 50 piaubilinas-lúmens, equivalentes ao necessário para regar a grama de dez campos de futebol, mas não recomenda que esse tipo de treino seja feito sem a orientação profissional adequada, pois pode ocasionar danos severos ao axis retroflexo do mediastino central, ocasionando óbito irreversível.”

Este trecho extraído de “A Arte Briga”, escrito há 20000 anos pelo marechal chinês Sen Tezon, relata o que acontece quando alguém é atingido por uma técnica secreta nos pontos vitais de sua imaginação. É daí para pior, podem crer.

Este outro trecho de irretorquível veracidade, extraído de “O Livro de Ouro Dourado da Mortal e Letal Definitiva Arte do Fu-den-dô”, destaca que:
“O poder para se tornar capaz de aplicar golpes invencíveis surge quando o discípulo, uma vez preparado com o mindset das coisas inverossímeis, consegue fazer retrofluir o ki para dentro do chi, ocupando todo o canto esquerdo inferior da kundalini. Se não der certo, experimente ficar rico pensando; tem chance de dar mais resultado, pequeno gafanhoto.”

Este humilde ensaio não é para falar das áreas realmente frágeis e susceptíveis de comprometer a funcionalidade do corpo e mesmo matar caso sejam danificadas. Não é preciso alinhar aqui quais sejam. Aliás, a vulnerabilidade e o “poderio” individual são muito bem expressos numa frase que ouvimos nos tempos em que treinávamos Ving Tsun (Wing Chun):
“A cabeça é de vidro, o corpo é de palha e a mão é de ferro”

Outra frase muito acertada escutamos certa vez de um querido amigo e instrutor aqui do K1307. Como também é instrutor de Krav-magá, exemplificou:
“Enquanto existirem olhos, traquéias, genitálias, joelhos e outras fragilidades no corpo haverá Krav-magá”

Resumida e validada a questão nas frases acima, o que sobra desse negócio de pontos vitais é assunto que faz a alegria da galera mais “entusiasmada”, tanto do lado da turma do “você sabia”, quanto do panteão dos “mestres" fajutos. 



Não é pouca gente que enche a boca para falar do quão letal é atingir pontos "vitais" (de acupuntura e acupressura) com golpes marciais (estes normalmente secretos, é claro), como se o coração fosse parar se alguém lhe acertar o ponto correspondente na sola do pé. Se assim fosse, bastaria calçar sapatos de EPI para prevenir cardiopatias. Pela mesma lógica delirante, quem é atropelado morre porque tem os chakras amassados, não por causas mais humildes, como traumatismo craniano, ruptura de órgãos ou hemorragias intensas.

Se você ainda está nessa de contar papo marcial no boteco, no colégio, no churrasco, ou se insiste em acreditar na fácil  letalidade de “certos golpes” em “certos lugares”, um conselho podemos te vender: Vá treinar uma arte marcial séria, numa escola séria, com professores e colegas sérios. E vá estudar! Sim, vá estudar qualquer coisa útil, que lhe propicie uma cultura razoável e lhe inspire o amor pelo conhecimento e pela leitura. Vá estudar e desenvolva uma curiosidade mais construtiva do que aquela alimentada por frivolidades. “Você sabia que há mais fios de cabelo na cabeça da morena da Guatemala do que os raios existentes no sol?” Haja saco!

Já houve e haverá mortes inesperadas e repentinas durante a prática de artes marciais diversas, assim como as houve e haverá no futebol, com seus choques e boladas fortíssimas; infortúnios, acidentes, erros, imperícia, imprudência, negligência. Raros mas podem ocorrer. E acontecem em escala microscópica, se comparadas aos acidentes de trabalho e acidentes domésticos fatais.

Verdade, também, que muitas técnicas são por natureza letais, originalmente feitas para despachar os inimigos em situações de beligerância, por isso o nome artes MARCIAIS, de Marte, o velho deus da guerra da mitologia romana. 

Embora haja uma enorme quantidade de técnicas matadoras nas diversas artes combativas, supor que o crânio humano é feito de gelatina, que a caixa torácica de isopor e que as vísceras são feitas de giz, a ponto de se romperem facilmente com "golpes lendários" e "dedadas" secretas é, no mínimo, fantasioso delírio. No mesmo sentido, os pontos de intercessão e fluxo de energia vital de certa natureza, que respondem positivamente e de forma determinante às técnicas terapêuticas, como a acupuntura por exemplo, não são “disjuntores vitais”, nem “chaves liga-desliga” que alguém pode tocar ou golpear com intuito de fechar o paletó do inimigo. 

Na mesma viajem maluca vai a turma que crê nos "apertões", aquelas "maravilhosas" técnicas dos pontos de pressão que, conforme comprovado por Naruto Uzumaki, causam paralisia e dor indescritível. Vai lá, street fighter, apertar o bíceps de um oponente que está puto com você. Peça a ele que fique parado deixando você pressionar. Antes, prepare-se para tomar porrada do avesso e do direito!

E quase íamos nos esquecendo de citar as estratosféricas, miríficas e tremebundas técnicas de "energia". Algumas, com certeza não colocamos em dúvida, vez que provêm de um conhecimento que se estende para além do trivial e não são o que o povo acha que são. Outras tantas, no entanto, são tão verdadeiras poderosas que se pode até ver a "energia" saltando, quando o "mestre" gira o punho, aponta o dedo e derruba quinze discípulos situados a três metros de distância cada um. Isso é possível sim, como demonstrou Son Goku ao conseguir se transformar em Super Sayajin. Dá pra perceber omo a coisa é séria.

Daria para analisar um volume enorme de situações hipotéticas, porque as ocorrências práticas, embora existam (garantem os Cinco Furiosos) insistem em não aparecer. Poderíamos perder uma enorme quantidade de tempo emprestando os ouvidos às pirações sobre lutas e golpes fantásticos, porque as conclusões do ponto de vista da Física, da Medicina e com alguma engenharia seriam mais que suficientes para dar cabo das inúteis canseiras, que ocupam os papos sobre “o dedo indicador mortal” do Dr. Shushuku Kawara, que foi proctologista antes de “virar mestre”. 

A técnica do dedo indicador mortal de Shushuku Kawara

Pensando um pouquinho mais... 

Você atinge o agressor com um tiro de arma respeitável em lugar “garantido”, ou com uma facada “certeira” e profunda em área vital, ou com um forte golpe com objeto contundente na cabeça e o indivíduo sobrevive e não raro volta a ter boa saúde. Diante dessas e outras eventualidades assombrosas, parece meio sem propósito vir com papo sobre “um amigo de um colega de um irmão de um cara que conversou comigo uma vez falou que conhece um cara que consegue matar uma pessoa só com um dedo”. Ora, todos nós conseguimos matar com um só dedo, bastando que entre o dedo e o oponente tenha um revólver, por exemplo. Que canseira dá essa história de golpe secreto mortal sobre pontos vitais! Isso insulta a inteligência de qualquer artista marcial sério, sem dúvida. 


Pontos vitais existem, todo munto sabe. O negócio é saber o que fazer com eles e como fazer, caso num confronto você tenha a chance de fazer algo contra as regiões vitais. Siiiiim, isso mesmo, repetindo: CASO TENHA CHANCE; SABER como… Veja bem… Tem uma certa região da cabeça, que se for ferido com certa maneira “desliga” o organismo para a morte imediatamente; o efeito é semelhante ao daquele tiro de sniper, disparado contra um espaço pequeno e específico da cabeça; o alvo cai de imediato, sem conseguir mexer um músculo. Entendeu? Já, batidas de mãos vazias PODEM derrubar (o que é mais comum) e, TALVEZ até matar (o que é bem mais raro); estão aí as lutas esportivas para provar esta afirmação.

Cada região vital tem um “código”, uma “linguagem” própria que gera efeitos. É de pouca valia achar que qualquer coisa que aplicar serve. Por exemplo, se aplicar um mata-leão na coxa do oponente, ou cortar o cabelo dele com um golpe de faca não vai dar certo, não é mesmo? Chave e fechadura...

Quando se trata de combate armado, há que se considerar que tudo é alvo útil, com efeitos mediatos e imediatos, embora nem todos os alvos sejam típicos pontos vitais. No mesmo sentido, arranhões e escoriações não são ferimentos sérios. Lembramos que o objetivo é interromper a capacidade operacional do adversário, seja temporária ou permanentemente, conforme o caso e as possibilidades. No caso das armas de fogo de porte (revólveres e pistolas), peculiaridades como potência, configuração de projétil, número de disparos efetivos, valores de balística terminal, etc, alimentam uma eterna discussão sobre danos e eficácia na desmobilização; isso grosso modo, pois, na prática, as variáveis podem ser reunidas no atingimento de órgãos vitais, grandes vasos e outras estruturas nobres (sob o prisma dos efeitos rápidos e imediatos) e na complicada variável, que é obter um enquadramento funcionalmente correto, numa situação de stress e muito movimento, o que explica duas coisas: a) tiro acerta em tudo quanto é lugar; b) os resultados são os mais imprevisíveis. Assim, por exemplos: o tiro da pistola, com munição 9x19mm jaquetada (full metal jacket) atravessa o peito do pé, que não é nenhum ponto vital imediato, mas compromete seriamente a mobilidade do adversário reduzindo suas possibilidades de combate e evasão, assinando-lhe o fim ali mesmo; um tiro com a mesma munição acerta a banda direita do abdômen, perfura o fígado do oponente, que continua revidando por um minuto e dá o fora correndo e encontra socorro mais adiante. Esperamos ter deixado um pouco mais clara a complexidade desses aspectos de regiões vitais com estes pequenos exemplos relativos a certas armas de fogo.

Excetuando-se a distinção técnica entre projéteis de alta e baixa velocidade, tudo o que não é tiro saído de arma de fogo, em termos absolutos, pode ser chamado de disparo, arremesso, ou golpe de baixa velocidade. Nisso se encaixam as flechas, setas, dardos, bumerangues, pedras disparadas por fundas ou manualmente, golpes de espada, de bastões, de faca, chutes, socos, tapas, mordidas e beliscões.

No mundo repleto de coisas que cortam, furam e batem (incluindo as mãos vazias) a questão das áreas vitais fica bem ressaltada, uma vez que as peculiaridades dessas armas e recursos fazem com que os danos resultem em severos ou mínimos, conforme sejam aplicadas. Como assim? Veja bem, entre levar na barriga um soco “profissional” e um tiro de calibre 22, qual você acha que pode fazer maior estrago? Não se trata de dor, mas de dano, lesão, machucado, destruição. Isto esclarecido, sigamos...

Um mui conhecido e consagrado Mestre de Artes Marciais Filipinas disse certa vez que “o bastão procura o osso, a faca procura a carne”. Esta frase sintetiza com elegância o que afirmamos acima, sobre o que fazer com essa ou aquela região vital, valendo o mesmo para pontos não-vitais, afinal, se alguém vem com uma faca e você fratura os dedos dele com um objeto contundente, tudo funcionou bem. Seria diferente se ele viesse com um bastão e você tentasse decepar os dedos dele com seu canivete de três polegadas esperando o bastão cair antes de rachar sua cabeça. É…, cada coisa tem seu lugar.

Espanando as lorotas, as suposições, as “inguinoranças”, as bazófias, as mendacidades, as imaginações delirantes, as fanfarronadas e muitas “mestranças” (sic) sobre regiões vitais do corpo, nossa humilde sugestão é que se considere como regra o uso de armas sobre as áreas vitais. Ações de mãos nuas, num contexto de vida ou morte, considere como subsidiárias (precedentes, de apoio ou transição para a ação armada), ou como último recurso, a não ser que você seja o Saitama (veja legenda da imagem abaixo). Para nós, como regra de defesa, “sair no braço” é coisa que não presta; é a derradeira camada do combate. 

Saitama, protagonista de "One Punch Man", treinou tanto que se tornou capaz de derrotar qualquer adversário com um soco apenas

Para encerrar, uma advertência: Se você quer que publiquemos uma lista de pontos vitais e como atuar sobre eles, aguarde até o final da eternidade, pois embora detenhamos alguma tecnologia no assunto, nos reservamos a distribuí-la nos círculos internos da família K1307, progressivamente, conforme o perfil, comportamento e desenvolvimento (global, não apenas técnico) de cada estudante. Afinal, nos causa repulsa dar upgrades e coisas sérias para babacas, valentões, esquentadinhos e outros tipos desequilibrados e malfazejos. Nesse assunto, em nossa casa os juízes somos nós, o mérito é a condição eletiva, que respaldamos pelos bons valores morais, pela legalidade e pela educação provida no lar. Não somos editores do “manual do assassino mirim”. A quem vive de acordo, nossas boas vindas para treinar conosco!

Até a próxima.

Forte abraço!

Mabuhay!