quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Mulher, talvez este assunto te interesse. Talvez, seja tudo besteira...

Dedicamos estes singelos pensamentos a todas as mulheres guerreiras, despertas, que não depositam sua felicidade em mãos alheias e muito menos sua segurança, que com Fé em Deus investem na própria capacidade e se fortalecem a cada dia, que caminham de cabeça erguida enfrentando os desafios desta vida.
 

 

"Ó crentes, não vos é permitido herdardes as mulheres contra a vontade delas, nem as atormentardes, com o fim de vos apoderardes de uma parte daquilo com que as tenhais dotado (...). E harmonizai-vos com elas, pois se as menosprezardes, estareis depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes."  
An-Nissá, versículo 19


CONTEXTOS DE COISAS CONFUSAS

Chega uma época na vida em que você, que vem humildemente trabalhando sem pretensões de “grandeza”, acorda e percebe que está com o saco cheio de um monte de coisas. E essa história de defesa pessoal é uma das que mais desafiam a paciência, pelos despautérios que produz, pelos egos inflamados que movimenta e pela disputa incessante (no mais das vezes velada) a respeito da pretensiosa superioridade de uma arte marcial em face de outra, pretensão essa que é cuidadosamente conduzida, não como esforço de afirmação técnica (o que por si só já é uma ideia estúpida), mas por simples razões mercadológicas. Sim, o objetivo é impressionar e vender o que, diante da violência de verdade, que dói, que é sangrenta, que cheira mal, que espalha desgraças e prejuízos, bem poderíamos chamar de “entulho marcial", pois se trata de fantasias travestidas de técnicas, aptas a produzir dinheiro para quem as propaga e pouco ou nada mais.

Expomos estes pensamentos para todos, mas os dedicamos em especial às mulheres, pois estas, quando começam a se interessar pelo tema da defesa pessoal, acabam confusas e correm o risco de caírem nas malhas de "especialistas" em "técnicas-fantásticas-de-defesa-que funcionam-mesmo" desde de que a pessoa que com eles "aprendeu" nunca as chegue a usar; e isso casa muito bem com um trabalho de marketing bem conduzido e ilustrado por demonstrações "fodonas" e cheias de firulas e malabares, que enchem os olhos dos mais desavisados. Isso no mundo dos incautos. Agora, se levarmos em conta a picaretagem profissional, a coisa fica ainda mais horrorosa ainda, levando-nos a pensar que muitos "mestraços" e uns tantos outros "taticudos" desses que há por aí são sócios de funerárias ou acionistas de hospitais. Enfim, este texto não começa de uma forma muito simpática, mas trata de uma questão preocupante que tem tudo a ver com o que dissemos nestas primeiras linhas.

Claro que, de raros em raros tempos algo realmente bom e positivo costuma surgir e surpreender a todos...

Não seremos muito polidos nos argumentos, que poderão parecer cínicos, irônicos ou, para quem gosta de se doer por tudo, preconceituosos. Mas isso é mera questão de aparência, estilo e um pouco de afronta a quem deseja que “tudo se resolva desde que não me envolva”. Para essa turma, que assim pensa, não há muito o que fazer. Recomendamos que continuem inertes, se alimentando de medo, mendigando respostas do Poder Público, enquanto se “empoderam” com alguma pseudo-solução inócua, do tipo que “garante proteção legal”, mas não impede que alguém seja convertido em cadáver.

Respeitamos e incentivamos o respeito ao Ordenamento Jurídico Brasileiro (inclusive nossa educação profissional é, antes, de operador do Direito), no entanto, forçoso é admitir que diplomas legais como “Maria da Penha”, a recriação do homicídio qualificado como “Feminicídio”, dentre outros dispositivos de pretenso combate à violência contra a mulher são reinvenções da roda, ou fracos paliativos (com penas pesadas pela lei material obstadas por muita leniência pela lei processual), ou malignos inibidores legais do direito sagrado à legítima defesa, seja esta armada ou desarmada, letal ou não (a exemplo do ridículo estatuto do desarmamento).

ALGUÉM DIGA QUE NADA DISTO PROCEDE...

A mulher, por imposição das circunstâncias violentas, sejam domésticas, sejam no meio social, deveria ser parte muito interessada em tudo o que seja importante para a preservação da própria integridade, ou da família. Negar isso é desleixo e estupidez, como estúpido é crer que alguma dessas leis possa lhe resguardar o corpo contra tiros, facadas, espancamentos, estupros e outras violências, que a despeito da proteção legal (póstuma) só fazem aumentar as estatísticas e até inspiram outros agressores, afinal - pensam eles - "não vai dar nada pra mim"; e neste país estão cobertos de razão. A lei contém sanções, castigos, virtualmente aplicáveis depois que o estrago está feito. Impedir, rechaçar, desmobilizar a violência é dever próprio em primeiro lugar, pois, malgrado os tremendos esforços das forças de segurança pública para atender as inúmeras solicitações que recebem, a primeira instância da defesa é quem se encontra sob grave ameaça ou injusta agressão atual ou iminente.

O assunto "defesa pessoal para mulheres" é algo realmente tenebroso, pois na maioria das vezes é tratado (por muitos “especialistas” em combate da Internet) com falsas perspectivas, dando a entender que tudo é fácil e factível para todos, demonstrando a “facilidade” de execução de técnicas “geniais” com uma superficialidade amena que chega a ser verdadeiro insulto à inteligência. Vídeos repletos de dinamismo, manobras “poderosas” e cheias de floreios insinuam a superioridade de quem aprenda com as “autoridades do vídeo”. A mulher, no meio de tantas defesas “incríveis” e, literalmente, inacreditáveis, se vê induzida a comprar tais "maravilhas", sem perceber que, no final, o que restará do "pacote de maravilhas" será o de sempre: dedo no olho, chute nos genitais, pancada na traqueia, tapa no ouvido, cotoveladas, sem perceber que o mais que está sendo vendido são ilusões, sustentadas sobre a ideia subjacente de que a mulher é irremediavelmente fraca, débil, frágil, incapaz de se proteger efetivamente. Mulher, você pode não acreditar, mas essas coisas permanecem as mesmas porque prevalece a silenciosa a ideia de que “isso a mulher da conta de fazer”. Percebe, mulher, o sutil julgamento negativo e a subestimação que pairam silentes sobre sua cabeça?




Que fique claro que não somos contra tais técnicas (dedo no olho, chute nos genitais, etc) tanto que as temos em nosso cabedal e lhes atestamos a eficácia. O que tachamos como “ilusão” é ensinar a mulher a fazer manobras sem considerar que o agressor, o ladrão, o estuprador, ou qualquer tipo de malfeitor não é nenhuma uma múmia, que fica parada, nem uma tartaruga, que se move de maneira a ser facilmente atingido por técnicas “incríveis”. Normalmente, costumam ser ferozes, espertos e fortes o suficiente para alcançarem seus sórdidos objetivos, sem falar nas armas que podem trazer consigo em pronta condição de uso. Considere, ainda, que as drogas, a cachaça e o ódio, que podem estar circulando no organismo de quem investe contra você, contribuem para aumentar a disposição para atacar.

E por falar em disposição e força, é bom lembrar que boa parte das mulheres, considerando apenas as que praticam exercícios, quando o assunto é aumentar a força física (especialmente dos membros superiores) foge e despeja um milhão de desculpas e preconceitos para tentar justificar o que, no fundo, não passa de uma certa dose de má-vontade. Pode negar, pode argumentar, pode contestar, mas é isso mesmo. Ir para a academia para “tonificar” o bumbum, treinar com minúsculos pesos cor de rosa, focar o treino nas pernas com finalidades estéticas parece ser o centro das preocupações. Ficar "gostosa" e tirar fotos na frente do espelho concretiza para muitas aquele bordão furado que diz: "persiga seu objetivos". Seria para rir se não tivesse cheiro de tragédia. Então, aquele treinão pesado que fortalece, nem pensar. A propósito, uma das desculpas bem comuns dessa rejeição costuma ser: "eu não quero ficar masculinizada". Ora, se o problema for este, pergunte a um médico do esporte, a um endocrinologista, a um profissional de educação física, sobre o porquê de, mesmo se você levantar mil toneladas por dia, você não vai ficar parecida com uma fisiculturista. Treinando pesado você vai ficar mais forte, sem dúvida vai virar uma "cavala" de tão forte, mas o mix de hormônios naturais da mulher a impede de virar uma bodybuilder apenas com exercícios e dieta corretos. Chega de desculpas, vá treinar para ficar fortona! 



DEFESA CONTRA MEROS BABACAS E FOLGADOS QUASE INOFENSIVOS

Outro "detalhezinho" para pensar, quando o assunto é defesa pessoal para a mulher: Será mesmo que quase todos os agressores são indivíduos que apenas puxam pelo braço, empurram, agarram, esganam, puxam cabelos, ou batem de mãos vazias? 

Parece que sim, pois boa parte dos cursos de "defesa pessoal feminina" têm fixação de ensinar técnicas "ótimas" para lidar com indivíduos que atacam "de leve"; daí a predominância de dedo no olho, chute no saco e outras técnicas que reduzem o espectro da violência contra a mulher a um plano imaginário onde os malfeitores são feitos de casca de ovo ou de papel, que cedem a qualquer ataque, levando-a a acreditar que "agora ela sabe se defender". Dificilmente se encontra quem treine a mulher para se proteger e rechaçar, mesmo chegando às últimas consequências, ataques de tipos violentos pra valer, assassinos, insanos, egomaníacos, que descem a porrada até triturar o corpo, que batem com objetos, que vêm para dar facadas, tiros, cárcere privado, torturas...

Imagine: Você, mulher, deu um chute nas partes baixas e acertou com os dedos um dos olhos do agressor ensandecido, que continua avançando com uma faca, mesmo sem enxergar direito. Mas, não era para ele parar? O que fazer se ele não parou? Pense; imagine-se nessa situação. Ah, sim, quase nos esquecemos de mencionar as agressões executadas por outras mulheres. Você acha mesmo que todas as brigas de mulher são feitas apenas de agarrões, empurrões, esganaduras sem pressão e puxões de cabelo?

Voltando ao tema, o fato é que as mulheres, quase que invariavelmente, suportam (iradas, feridas e magoadas) toda sorte de resultados nefastos da violência moral e física, arquivando em si, em boa parcela dos casos, traumas e cicatrizes incuráveis, muitas vezes habilmente ocultadas na sequência da vida. Muitas, se consultadas, caso ousassem abrir seus corações, diriam a verdade sobre o que as atingiu, porém, no mais das vezes, ocultam, fingem que está tudo bem e seguem em frente com a indelével marca interior (e muitas vezes exterior) da violência sofrida. Outras, depois de se tornarem vítimas sobreviventes, por desampro e ignorância, muitas vezes aderem a "soluções" das mais falsídicas e inoperantes, que nada podem resolver, como  o onírico, vazio e imaginário "empoderamento", para se sentirem protegidas, “sólidas”, respeitadas e até destemidas, como se nisso ensaiassem uma desforra contra o mal sofrido. Embarcam nessa, seguem a onda, e nem pensam (ou não percebem) que tal pretensão, no tocante à preservação da própria integridade emocional, psicológica e, sobretudo, física é ilusória, falsa. Afinal, "empoderar-se" é, no fim das contas, firmar-se sobre o poder de outrem, de quem o exerça de fato e de direito. Salvo em alguns aspectos jurídicos, quem é “empoderado” normalmente não tem poder algum, pois pouco ou nada tem de próprio, no que deveria ser seu original e inalienável poderio pessoal, primeiro construído por esforço e mérito próprio (com o desenvolvimento da aptidão de se defender), depois amparado pela lei sob o instituto da Legítima Defesa.


Apoio psicológico pode ser um valioso recurso, na tentativa de atenuar as sequelas de uma agressão.


OS "ENFRENTAMENTOS" NA BASE DO "BLÁ-BLÁ-BLÁ"

O dito "empderamento" (aludido acima) faz partre de um circuito perverso de controle social, na pior acepção do termo, que abriga, também, "soluções" representadas por iniciativas e programas de "enfrentamento", de natureza mais política e ideológica que real, que não passam de rodas de debate improfícuo e de "problematizações" (entenda-se esta expressão por idiotice), "diálogo permanente", dentre outras tapeações que nada resolvem, servindo apenas para disseminar o medo e implantar o conformismo doentio nas mentes das mulheres. Na prática, tudo isso é debilidade ornada de ilusões e construída sobre sentimentos de impotência, raiva e frustração. Ora, numa sociedade que padece dos mais elementares valores de respeito, educação e amor ao próximo esperar que o "império da lei" se estabeleça é querer demais, pois as forças arraigadas e ancestrais do egoísmo e da mais solene ignorância cravejada de crueldade preferem desafiar a pretensão punitiva estatal e a arrogância de tribunais pomposos, grandiloquentes, porém subjugados e reduzidos por imposição de estatutos legais lenientes. Neste país a lei não logra prevenir, ela chega apenas (quando muito) em sua forma punitiva, pousando sua força sobre cadáveres, corpos violados, ou rostos desfigurados. 

É direito e necessidade de todos, especialmente das mulheres, o exercício da autodefesa, por todos os meios que houver.



Somos cultores e incentivadores de artes de combate não-esportivas, construídas no correr de longo tempo sob a premissa de que os confrontos violentos não devem se prolongar, mas devem ser finalizados com brevidade e eficiência. Isso implica em atuar sobre o agressor de forma a extinguir sua ação, mesmo que isso signifique extinguir o próprio autor da violência. “Mas isso também é violência”, pode-se pensar. Não, isso é uso legítimo de força, contra quem usa a própria força para VIOLAR, DESRESPEITAR, ATACAR, ATENTAR CONTRA o básico e sagrado direito à vida e à incolumidade física de outrem.

Os aspectos legais, acima aludidos, diante de tais situações continuam a ser os mesmos, gerais e abstratos, sem a menor serventia no calor dos acontecimentos. Quando o pau quebra se reduzem a nada. Que mulher, em sã consciência, calcularia a extensão das próprias ações, para por fim a um estupro, a um espancamento, a uma morte iminente? Será racional, humano, ou apenas possível lembrar ao agressor, num momento crítico, que apenas o Estado é quem pode usar a força? Deveria ela explicar ao espancador que ele está sujeito a ir para a cadeia? Será que ela se livraria se oferecesse um bom emprego ao marginal drogado? E se o estuprador fosse um "menor", ela se conformaria tranquila, porque legalmente "não pode fazer nada a respeito"? Claro que não.

O MISTÉRIO DO DESINTERESSE

O que ocorre nas mentes femininas, que as leva a repelir a ideia de desenvolver suas próprias forças e habilidades, para se tornarem aptas a lidar com a violência que as assombra? Além da tal “acomodação”, diversas hipóteses e possibilidades podem ser levantadas para ilustrar os prováveis os motivos dessa inércia da mulher diante da necessidade de melhorar seu poder de autoproteção. A educação pode estar na base desse desserviço prestado às mulheres. Em sua formação pessoal, desde pequenas são ensinadas a distinguir "coisas de homem" das coisas que lhes seriam próprias; "delicadeza", como se esta não fosse uma virtude de homem também; "ter medo", conformando-se com suas características físicas (o fantasma da "fragilidade" herdado das gerações passadas); temor de "se machucar", ou da dor, se resolver aprender a lutar; receio de se tornarem "masculinizadas" em exercícios que desenvolvem força e consistência corporal; dependência emocional (embora o discurso seja outro); confiança excessiva nas habilidades de convencimento e "sedução" em face do sexo masculino (em momentos de paz, pelo menos); "orgulho de gênero" e um oculto sentimento de inferioridade (aprender a lutar tem que lidar com homens, "competir" com homens), etc, etc, etc. O que será...?

A crença na imagem e no "papel social" que supõem estar destinadas a desempenhar, também ajuda a inibir as mulheres quando o assunto é se fortalecerem contra a violência ("o que vão pensar de mim?"). Já ouvi uma ou outra dizer que mulher que sabe lutar, atirar, ou que é forte "assusta os homens" e pode dificultar um eventual relacionamento... Ora, que ideia idiota! Isso dá a entender que ela vive em função da opinião que possa vir a ter seu eventual "príncipe encantado". Ora, onde fica aquela história de "autoestima", de "me aceitar como sou" e outras tantas afirmações? Muitas, de fato, vivem através de imagens. Mas o que tem uma coisa a ver com outra? Você é obtusa a ponto de não saber mostrar a um homem que pode confiar em você? Ou não se preocupa consigo mesma, a ponto de ser a "florzinha frágil e inofensiva", apenas para ser aprovada? O que quer que seja, isso não é motivo para viver sobre o equilíbrio fraco e tenso que abriga quem não sabe sequer como se proteger. Acreditamos que haja homens que realmente não têm interesse em mulheres que saibam se defender. Alguns, justamente, por estarem interessados em mulheres que eles possam dominar física ou psicologicamente.




DOMÍNIO DOS EXTREMOS

Você pode pensar que nós queremos que as mulheres se transformem em "máquinas de matar". Não é bem assim. O ponto é: Quem aprende a dominar extremos também aprende a moderação, pois aprende a discernir e dosar a aplicação da força, progressiva ou regressivamente, conforme a necessidade.

Não doutrinamos que as mulheres saiam por aí agredindo e tocando terror, mas que adquiram uma capacidade real de defesa própria, equilíbrio emocional e determinação em preservar por si mesmas sua integridade. Isso é, antes de tudo, uma educação específica e de grande importância. Mulheres que são militares, policiais, seguranças particulares ou lutadoras de artes marciais compreendem bem o que estamos falando. Não se trata de deformar a encantadora natureza feminina, mas de adicionar a essa um poder concreto, real, pessoal, ao qual a mulher pode recorrer nos momentos mais perigosos, seja para se proteger, seja para se impor com mais segurança (caso a situação exija, como no caso das profissionais da segurança pública e privada).

Mas, o que aprender? Bom, como dissemos no início do texto, somos adeptos de artes de natureza fundamentalmente letal, notadamente artes marciais filipinas (Arnis Kali). Pensando em situações extremas, não advogamos o "aprenda qualquer arte marcial para se defender", pois algumas se concentram em aspectos desportivos e, mesmo que ensinem disciplinas de defesa pessoal, não seriam as escolhas mais adequadas para os fins aqui declinados; outras mobilizam muitos recursos sobre um único adversário e promovem excessiva vulnerabilidade; outras, por filosofia, pretendem “apenas desmobilizar o agressor preservando sua integridade" (!), como naquela velha e furada tese do “atire na perna”. Nesta última hipótese, bastaria pedir de forma educada e ele desistiria de atacar, embora a realiade nos ensine que o malfeitor deve ser "desmobilizado" independentemente de sua vontade, ainda que venha a tombar.

Todas as artes marciais são excelentes dentro de seus objetivos; respeitamos e amamos profundamente a todas, mas o assunto aqui é bem demarcado e encontra eco mais forte naquelas que se destinam às circunstâncias de vida ou morte, nada tendo a ver com as competitivas, esportivas, engajadas no business, ou meramente filosóficas.

E, para que não nos venham com "polêmicas" e palpites baseados em "achologia", reforçamos: 1) amamos e respeitamos todas as legítimas artes marciais; 2) NÃO somos uma "escola de assassinos"; ao contrário, ressaltamos o valor da Paz Consciente, pelo valor que ela revela em vivê-la plenamente; 3) não consideramos válidos argumentos do tipo “também” (“também serve para defesa pessoal”). 4) e não nos dispomos a “provar” a eficácia das artes que professamos, por razões óbvias. Dito isso, continuemos...

Nosso empenho e argumentos para "botar pilha" nas mulheres, para que façam algo por si, e para que venham conhecer o Kali, contempla vários aspectos lógicos, morais, filosóficos e até espirituais, porém, todos práticos! Dentre os motivos mais objetivos temos: o uso de armas e a ação desarmada contra tudo o que sustente as funções vitais e motoras do oponente. 

Aí vem outro espanto: "Armas? Tenho horror a armas!" Tudo bem… Mas o que a moça talvez não perceba é que ela mesma utiliza no dia a dia instrumentos que, de nossa perspectiva, são armas. Por acaso alguém corta alimentos com almofadas? Vê? Contudo, não se restringem às lâminas as armas legais de que se possa dispor. Há uma vasta gama de apetrechos que, na hora do sufoco, se bem usadas podem facilmente suplantar (e superar) as diferenças físicas entre agredida e agressor. Não incluímos aqui revólveres e pistolas porque estão sujeitos a regime legal diferenciado e demandam treinamento próprio. Ah, sim, quanto ao uso das mãos vazias, as habilidades desenvolvidas visam causar o maior dano possível, de imediato, para terminar o confronto, ou abrir campo para a evasão, ou para o subsequente uso de uma arma, conforme as exigências dao conflito.

Tenho horror a armas! Já viu as facas de cozinha fantásticas que tenho em casa?


"Mas eu já fiz cursos de defesa pessoal, e ainda assim não me sinto segura", pode-se argumentar. Bom, temos que considerar alguns aspectos: Primeiro, a almejada segurança, que é apenas uma sensação. Certa vez ouvimos de alguém muito sábio e experimentado na vida que A Segurança não é algo que existe neste mundo. Buscamos "segurança" material, física, financeira, profissional, etc. E nada disso nos faz mais seguros diante da vida. Cada setor da vida exige um patamar de segurança, que é volátil, e que demanda trabalho constante para conservar e melhorar. Quanto aos cursos de defesa pessoal, não desdenhamos nenhum que contenha ensinamentos legítimos de uma legítima arte combativa. Porém existe uma grande diferença entre colecionar técnicas mil e submeter-se a uma educação continuada numa arte de combate. O melhor é aderir e se educar por completo, pois, como temos nas nossas doutrinas: o que mais importa é construir em si uma segunda natureza, de uma pessoa comum que adquire habilidades incomuns.

Uma mulher sonha com as coisas mais nobres neste mundo. Ser independente (em todos os aspectos), constituir família, ser mãe, ser empreendedora, prosperar em tudo, ser feliz. Como pode, então, desdenhar do poder de proteger a si mesma, aos filhos, ao companheiro/marido, caso se veja obrigada a tal? Ora, ela pode estar num ambiente comum e social onde pairem o assédio e a potencial agressão; pode ser que seus filhos sejam pequenos e indefesos; pode ser que o marido esteja ausente ou enfermo, dentre outras mil possibilidades. Como não saber lidar com a violência (que rogamos a Deus nunca atingi-la)? O que fazer em casos extremos? Gritar? Chamar a polícia na madrugada com o agressor em ação? Invocar o "empoderamento" e o diálogo, explicando seus direitos? Chorar e pedir clemência a quem não tem a menor consideração e respeito pela vida alheia? Correr de salto alto? O que fazer se você está "vendida"? Não há opção, não é mesmo...? A não ser combater com tudo! Medidas passivas e preventivas são bastante válidas, mas não cobrem todo o espectro da autoproteção. São ótimas quando não há nada de ruim acontecendo, e só.

Vivemos "evangelizando" as mulheres e insistindo para que aprendam a combater para valer porque somos uma irmandade marcial constituída de homens e mulheres de paz, com plena consciência de que o potencial humano merece ser desenvolvido em todos os aspectos benéficos que possa alcançar. Desenvolver as próprias capacidades, com empenho, honradez e integridade moral faz parte de tudo isso.

Para encerrar, fica a pergunta: O que ensinamos e qual nossa postura exata em relação ao treinamento das mulheres no Kali? Essa questão nos reservamos a responder pessoalmente e apenas pessoalmente. A melhor resposta é uma positiva experiência...

Até a próxima!

Mabuhay!

----------------------------------------------------------------


PS - Porcarias, brinquedos, e outras tranqueiras inúteis oferecidas no comércio a título de "armas de defesa passoal" para mulheres.



Não serve para descascar uma laranja direito. Vai servir para deter um agressor?


Alarmes portáteis que ajudaram a acabar com a violência contra a mulher noutros planetas.

Mais um produto de uma imprestável indústria de "defesa pessoal" feminina. Passe longe!


Conceito ridículo, propaganda ridícula, equipamento ridículo e até um tarado ridículo.
















Nenhum comentário:

Postar um comentário